Sexta-feira às 26 de Abril de 2024 às 12:45:15
EM CAMPO LARGO 16º | 26º
Geral

Encenação sobre a Paixão de Cristo será realizada no Parque Newton Puppi

O evento tem aporte da Lei Aldir Blanc e envolve mais de 200 pessoas, entre organização, teatro, música e dança

Encenação sobre a Paixão de Cristo será realizada no Parque Newton Puppi

Será realizada na próxima sexta-feira (15) a encenação da Paixão de Cristo, no Parque Newton Puppi, a partir das 19h30. A previsão é de 1h30 de espetáculo, que promete emocionar a todos, independente da religião. Todo o trabalho envolve cerca de 200 pessoas e está sendo dirigido pela Graça Church. Neste ano, com o aporte da Lei Aldir Blanc, o evento será ainda mais profissional, contando com diversos figurinos para os atores e equipes de dança.

A Folha de Campo Largo conversou com a organização do evento, que contou um pouco mais sobre a evolução do teatro ao longo dos anos. “Lembro que a primeira vez que eu vi a encenação ela cortou meu coração. Não somente pela história de Cristo na cruz, mas pelas pessoas que estavam assistindo e rindo, fazendo brincadeiras. No ano seguinte, eu assisti a encenação na Pedreira Paulo Leminski, me emocionei e me propus a realizar este evento. Já são 20 anos da primeira encenação feita, que vem marcando a vida de muitas pessoas, de todas as religiões”, conta Claudinéia Cordeiro Bizetto, uma das responsáveis pela organização.

O evento sempre foi organizado com bastante dedicação e até mesmo certo sacrifício, visto que não havia uma verba disponível para realizá-lo. O figurino, por exemplo, já foi feito de TNT, cola quente e grampeador – usados para “costurar”. Em dezembro de 2021 o projeto foi contemplado com aporte da Lei Aldir Blanc, o que permitiu um orçamento maior para construir os figurinos, cenários e outros itens importantes para a apresentação.

“Foi uma alegria quando saiu essa verba e a primeira coisa que fizemos foi comprar o tecido para fazer os figurinos, que é algo extremamente importante. São mais de 100 atores envolvidos, temos o pessoal da dança – que acaba trocando de roupa cinco vezes ao longo da apresentação, por conta dos atos – então, nos dedicamos nesta parte. Recebemos doação de uma máquina de costura industrial, duas de overlock e uma de bordado, o que ajudou muito. Temos o auxílio de muitas pessoas dedicadas no ateliê, que fica no bairro Salgadinho, para conseguir dar conta de tudo o que precisa ser feito até a data. É um trabalho extremamente árduo, mas ao mesmo tempo é muito bom porque fortalece muito o nosso vínculo”, acrescenta.
Por meio do recurso vindo da Lei, foi possível gravar em estúdio a narração e o evento será filmado, tanto na quinta-feira (14) focando nos detalhes, quando acontece o ensaio geral, quanto na sexta-feira (15), durante a apresentação. A ideia é gravar como se fosse um filme, pois, embora este evento aconteça há alguns anos, há poucos registros realizados.

A entrada é gratuita, mas a organização pede para que aqueles que puderem levem um quilo de alimento não perecível para doação, pois a comunidade da igreja Graça Church ajuda muitas famílias carentes na cidade. “Em um dos anos de apresentação nós arrecadamos uma tonelada de alimento. Foi uma grande bênção poder ajudar tantas famílias que passam necessidade. Acredito que este ano poderemos ajudar muitas pessoas também, há várias famílias que chegam até nós e precisam de suporte”, reforça.

Na última apresentação feita em campo aberto, aproximadamente cinco mil pessoas acompanharam o teatro. Hoje, a organização comenta que já há muitas pessoas na expectativa da apresentação, perguntando como será e comentando que chegará cedo para garantir um bom lugar. Pessoas foram encarregadas pela parte burocrática, então está tudo devidamente certo para que ele ocorra, inclusive com liberação do Corpo de Bombeiros – público de até três mil dentro do campo do Parque Newton Puppi, mas ao arredor é possível assistir normalmente.

A história e milagres
Quando questionada sobre o que os espectadores terão de história na Sexta-Feira Santa, Claidinéia conta que serão retratadas várias histórias de Jesus, tanto das tentações que Ele viveu, como dos milagres que realizou, até chegar propriamente à Sexta-Feira da Paixão e a ressurreição.

“Há muita dedicação dos atores também, que embora não sejam profissionais, buscaram informações para construir o personagem. Acredito que Deus tem abençoado muito esta programação, a dedicação dos Seus filhos, sentimos a presença dEle junto de nós. Não é fácil organizar um evento desta proporção, mas Ele tem nos mostrado pessoas, caminhos e sabemos que Deus tem nos honrado”, completa.

Agradecimentos
Claudinéia aproveita para agradecer a todos os voluntários pela dedicação. “Agradeço sempre pela vida de cada um. Nosso muito obrigada à equipe diretiva, ao Juliano Bizetto, Roseane Rebello, Jardel Bizetto, Thaís Rebelo, Mateus Paris, João Carlos Cordeiro, Cleberson Cordeiro e Carmem Kroeker. Agradecemos ao pessoal que se dedica na organização, o Leco e a Rosilene Paulart, Toninho Gonçalves, aos pastores Ferdinando Kroeker e Fernando Franco. Também a toda a nossa equipe técnica, de atores, louvor, dança, bem como aos nossos patrocinadores e  à Prefeitura de Campo Largo, à Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, na pessoa do secretário Gustavo Torres, que tem nos dado um grande auxílio. Nosso muito obrigada”, finaliza.

Vivendo Jesus
O ator que fará o papel de Jesus conversou com a Folha e contou um pouco da experiência. Juliano Bizetto há muitos anos interpreta o papel, mas revela que cada vez se emociona mais com a história da redenção. “Eu me preparo muito para interpretar. Leio e releio a história da Bíblia, oro muito a Deus, assisto filmes e vídeos que falam do assunto. Vivenciar o que Jesus passou é muito emocionante, porque Ele veio porque nos amava, sofreu muito e morreu por nós. Eu tento passar pelo menos um pouquinho do que Ele viveu neste momento, mas é algo inexplicável, desde a hora em que Ele é açoitado, vai para a cruz, morre e ressuscita. Cada trecho da história é muito emocionante.”

Juliano comenta que por conta do momento de atuação é difícil perceber a reação das pessoas, mas no momento da crucificação – que é a hora em que ele fica praticamente de frente para o público – é possível ver muitas pessoas chorando emocionadas. “Acredito que quando nos dedicamos à obra do Senhor, ele nos habilita e nos recompensa. É o que eu sinto neste papel”, finaliza.