Uma escola que atravessa gerações, coleciona histórias e mora no coração dos campo-larguenses, a Escola Municipal Reino da Loucinha completou no último dia 02 de abril seus 52 anos de fundação e promete um 2022 cheio de surpresas, emoção e muita festa.

A Folha de Campo Largo conversou com a diretora da instituição há 20 anos, Sandra Boaron Campesi, bem como as pedagogas do turno manhã Edineia Tavares, Jucilene Cunico e Rose dos Santos – compõem ainda a equipe pedagógica da tarde as pedagogas Solange de Oliveira de Souza e Sélia Ferreira –, que relembraram sobre a construção da escola e contaram algumas curiosidades da instituição.
“O projeto do Reino da Loucinha foi inaugurado em 02 de abril de 1970, como uma homenagem antecipada pelos 100 anos da cidade de Campo Largo. Já teve três nomes oficiais, sendo o primeiro Jardim de Infância Reino da Loucinha, seguido de Pré-Escola Reino da Loucinha e hojeEscola Municipal Reino da Loucinha. Anterior a 1999, tinha somente Educação Infantil e era um grande destaque na cidade, como continua sendo até hoje, pelo trabalho desempenhado por toda a nossa equipe”, conta a diretora Sandra Boaron.

Atualmente a escola possui 850 alunos, distribuídos entre Educação Infantil e Ensino Fundamental – Anos Iniciais, nos períodos da manhã e tarde, e com uma equipe composta por 60 profissionais que trabalham no local.

Um pouco de história

O Jardim de Infância Reino da Loucinha iniciou os trabalhos em 1970, com o atendimento de 90 crianças, na escola idealizada na gestão do prefeito Emígdio Pianaro. No ato de inauguração, vários ex-prefeitos e autoridades estiveram presentes para prestigiar. Por aproximadamente 29 anos, a escola trabalhou somente com Educação Infantil.

Em 1999, após muita insistência dos pais pedindo para que o ensino fosse expandido, iniciou a primeira turma de 1º Série, sendo implementado o Ensino Fundamental – Anos Iniciais de maneira gradativa. Em 2002, durante a gestão do Dr. Affonso Portugal Guimarães, a escola mudou de endereço e foi implantada onde antigamente era a Prefeitura Municipal, na Avenida Centenário, no Centro da cidade.

A mudança permitiu que o número de alunos matriculados fosse expandido em 1000%, pois o que eram “apenas” 90 alunos transformaram-se 900, com a nova estrutura, e estudantes vindos especialmente da Escola Municipal José Antônio Puppi, que ficava junto com o Colégio Estadual Macedo Soares.

Para receber os alunos, foi realizada uma obra de reforma, tornando o ambiente próprio para uma escola, que inaugurou oficialmente em 08 de março de 2002 no novo espaço. Posteriormente, foram realizadas reformas na secretaria, construção de cancha, parque e outras. O local onde hoje abriga a biblioteca da escola já foi o gabinete do prefeito.

Singularidades de um reino
O nome Reino da Loucinha é uma homenagem à cidade de Campo Largo. “Reino” por conta dos alunos, que pertenciam ao Jardim de Infância, fazendo alusão ao mundo das abelhas, presentes no jardim, enquanto que “Loucinha” por conta de Campo Largo ser popularmente conhecida como Capital da Louça. “A mascote da escola é a abelha, agente polinizador do conhecimento e da sabedoria, por essa razão é denominada ‘escola das abelhinhas’”, diz o texto da professora Ana Carolina Galhart, escrito para o Projeto Cidade da Gente.

O primeiro projeto arquitetônico da escola, que antigamente estava localizada onde hoje é a Praça Getúlio Vargas, tinha um formato de colmeia, com salas de aulas distribuídas no território da praça além das famosas casinhas, que eram quatro, sendo as classes compostas por 12 alunos em cada e com uma professora.

Sobre as “casinhas”, na verdade salas de aula, é interessante relembrar que apesar de pequenas, abrigavam muito bem a professora regente e os alunos, mas as mochilas ficavam penduradas em ganchos para o lado de fora.

Além das abelhinhas, outro símbolo da escola era a máquina Maria Fumaça, que era niveladora usada antigamente e enfeitava o pátio da escola. Hoje existe um projeto para que ela seja implementada novamente junto à fachada do Reino.

Já no primeiro ano de trabalho da instituição, foi criado o Rei e Rainha do Reino da Loucinha, um evento que acaba mobilizando toda a cidade e é muito esperado pelos alunos. O título faz menção à abelha rainha da colmeia e também condecora o “rei das abelhas”, que permanecem por um ano no reinado. A primeira a conquistar o título de rainha foi Maristela Vanin e o primeiro rei foi Gil Souto, em 1971. Neste ano haverá uma homenagem especial a todos os alunos e alunas que ocuparam o título desde o início da comemoração, sendo chamado de Rei e Rainha de Ouro.

O uniforme da instituição também evoluiu ao longo destes 52 anos. No início, até aproximadamente 1984, eram usados aventais nas meninas e guarda-pós nos meninos com estampa xadrez estilo vichy, assim como dos professores. A partir de 1984 começaram os uniformes vermelhos, onde de longe eram identificadas as crianças do Reino. Com a inclusão do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, foi adotado o uniforme azul escuro, diferenciando assim os estudantes da Educação Infantil dos mais velhos. Hoje eles também utilizam o uniforme oficial da Secretaria da Educação de Campo Largo, mas muitas famílias ainda fazem questão de adquirir o uniforme da escola.

Já estudaram na instituição o governador Carlos Massa Ratinho Junior – que com frequência realiza posts em suas redes sociais sobre o tempo que frequentava a escola –, o prefeito Maurício Rivabem e suas filhas – ele inclusive foi tesoureiro da APMF do Reino por algum tempo –, entre outras centenas de alunos que ajudam a construir a história da cidade e fora dela também.
Não poderiam deixar de ser homenageados aqueles que já se foram, mas que seguem eternizados na memória e no coração de alunos, ex-alunos, pais e colaboradores. Entre eles, a “Tia” Maria Torres, a “Tia” Brasília Vidal, o “Tio” Claudir e o “Tio” Mário Charneki.

Comprometimento que faz a diferença
“Nós temos um time de profissionais extremamente comprometidos de colaboradores que faz toda a diferença na educação das crianças. Nós estamos em constante atualização, fazemos o planejamento juntos e sempre que aparece algum desafio, buscamos resolvê-lo da melhor forma possível. É muito bom ver que todo este esforço é reconhecido pela sociedade campo-larguense e hoje temos filas de espera por vagas”, comenta a diretora.

A escola está sempre envolvida em projetos, como o projeto do Sebrae para desenvolvimento do empreendedorismo, o combate ao trabalho infantil, com o Ministério Público, a Olimpíada Brasileira de Astronomia – OBA -, o projeto de Leitura Dirigida – para fomentar o hábito da leitura nos estudantes -, a disponibilidade de palestras com profissionais às famílias, que ajudam os pais na criação dos filhos e também o trabalho bem desenvolvido nas Aulas Especiais, com estímulo à criatividade e movimento.


Comemoração

Na última sexta-feira, 01 de abril, tanto no horário da manhã, como da tarde, foi realizado um Ato Cívico em comemoração aos 52 anos de fundação da Escola, contando com a presença do prefeito Maurício Rivabem, da secretária municipal de Educação Dorotéa Merchiori Stoco, e equipe, do secretário municipal de Cultura e Esporte Gustavo Torres, a professora Lindamir Ivanoski, bem como da diretora Sandra, professores da escola, estudantes,  funcionários, pais e APMF, representado pelo presidente Ivan Luciano Mazur.
“Foi cantado o Hino Nacional, interpretado pelo Rubinho do Departamento de Cultura que emocionou a todos, e uma linda e singela apresentação dos estudantes do 5º Ano das professoras Tania, Roze e Juliana Fedalto, com o texto de autoria da Professora Anna Carolina Galhart desenvolvido no Projeto do Livro ‘A Cidade da Gente’. O Ato foi finalizado quando todos juntos cantamos os parabéns para a escola. Para enaltecer o aniversário, as professoras de Aulas Especiais ornamentaram o hall de entrada da escola com lindos painéis, com muito capricho e criatividade. Nossa gratidão a todos que em equipe contribuíram na realização deste evento”, agradece a diretora Sandra.