O anúncio do aumento dos combustíveis já gerou filas em vários postos para garantir o valor até esta quinta-feira (10). A Folha conversou com alguns consumidores que nem mesmo entenderam o porquê das filas, pois ainda não haviam visto o anúncio do aumento. 

Sandro Moretti, autônomo e consumidor, que aguardava na fila no Posto Gepezen nesta tarde para abastecer o veículo da empresa que ele é proprietário, registrou sua indignação ao se deparar com a notícia: “Eu dependo do meu carro para trabalhar e com esse aumento que foi anunciado está impossível de trabalhar. Eu não posso passar esse aumento para o meu cliente, porque ele também não está em condições de arcar com um prejuízo desse. Então esse prejuízo sai do meu bolso”, declara. 

 

Aumento dos preços em Campo Largo 

Ainda nesta quinta-feira à tarde, a Folha recebeu informações de que alguns postos de combustíveis já haviam alterado o valor da gasolina comum, do diesel e até mesmo do etanol nas bombas, o que levou ao lacramento de um posto na região central, que ficou sem atender por pelo menos algumas horas.

Em conversa com o Procon, foi apurado inicialmente que o representante do posto não entregou as notas  fiscais de entrada, que comprovariam o valor de compra da carga de combustíveis com o valor atualizado ao Procon. A entrega aconteceu somente ao chamar a Guarda Municipal e anunciar que o estabelecimento seria lacrado até a regularização da infração. 

Conforme informado pelo Procon, até a hora do almoço o posto estava praticando o preço de R$ 6,44 e após o almoço R$ 7,39. O novo valor é válido apenas para a mercadoria nova, e não para o estoque dos combustíveis adquirdos antes do reajuste. Denúncias diretamente no Procon pelo telefone (41) 3392-1200.

 

Aumento

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (10) reajustes de preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras a partir desta sexta-feira (11) após 57 dias sem aumento. O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro.

“Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,44 por litro”, informou o comunicado.

Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras subirá de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. “Considerando a mistura obrigatória para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,81 por litro”, diz a nota.

Para o GLP (gás liquefeito de petróleo), de acordo com a empresa, o último ajuste de preços vigorou a partir de 09 de outubro do ano passado. A partir desta sexta-feira (11), o preço médio de venda do GLP da Petrobras, para as distribuidoras, subirá de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg.

Apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras informou que decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, fazendo monitoramento diário dos preços de petróleo.