Comerciantes começam a se unir para buscar soluções para uma melhor segurança na cidade.
Comerciantes começam a se unir para buscar soluções para uma melhor segurança na cidade. Um movimento iniciado por Ademir Grein Gualberto, que tem uma escola de idiomas, repercutiu nas redes sociais com nome de pelo menos 30 estabelecimentos que foram arrombados nos últimos dias. A escola dele chegou a ser invadida duas vezes na mesma semana. Após a primeira publicação dele na internet, começaram a aparecer mais inúmeras empresas que disseram ter sido arrombadas e com grande prejuízo.
A Folha procurou a Polícia Militar para esclarecimentos da atual situação e como está sendo realizado o trabalho de segurança na cidade. Cientes da situação de diversos arrombamentos principalmente no comércio central, aconteceu uma reunião na quarta-feira (16) com o Tenente Gantzel, representando o capitão Selinski, da PM, o GM Marcos, o GM Arruda e o secretário municipal de Ordem Pública, Samir Moussa.
Situação
Na reunião, apontaram os prejuízos que os empresários têm não só do furto em si, como também pela destruição causada para arrombar. Em comparação com números do ano passado houve uma queda de casos, mas concentrou no comércio da região central.
Tenente Gantzel informou que as câmeras do Ciosp têm sido muito importantes na identificação das situações, mas alguns casos não configuram flagrantes, quando os marginais deixam escondido o objeto de furto. Por isso, Guarda Municipal e Polícia Militar estão trabalhando em conjunto para fazer um levantamento destes locais.
Outra situação apontada pelo tenente é que acaba o flagrante e o suspeito é liberado na Delegacia por ter roubado “algo irrisório”, então responde em liberdade. Segundo ele, algo que eles não têm poder de mudar, mas que fazem o trabalho deles que é trabalhar na prevenção para inibir estas ações e repreensão nos casos em flagrante.
Os marginais também prestam atenção nas câmeras de segurança instaladas na cidade, no monitoramento feito com viaturas e com isso os policiais e GMs já observaram alguns locais que eles mais têm agido, como também já identificaram alguns elementos.
Também algo que tem acontecido é o aumento de pessoas buscando a casa de acolhimento local e muitos moradores de rua. Com isso, na reunião também decidiram intensificar as rondas noturnas e durante a madrugada para abordar e identificar essas pessoas.
Equipes
Policiamento está com nova aplicação desde a sexta-feira (11), segundo explicou o tenente Gantzel. Até então funcionava com três equipes com rondas 24 horas na área central e bairros, mais uma equipe na Ferraria e mais uma de Patrulha Rural. Agora estão aplicando reforço de mais duas equipes de manhã e mais duas à tarde. Têm atuado principalmente na “mancha criminal” onde mais há ocorrências de furto. Um total de nove equipes que diariamente estarão nas ruas para atuar de forma preventiva, agora que policiais estão sendo vacinados.
O efetivo da Companhia hoje é de cerca de cem policiais. Quatro equipes diárias trabalham com dois policiais cada, mais duas equipes de reforço de manhã e duas à tarde também com dois policiais e a Patrulha com três PMs.
A partir da identificação do marginal querem contar com apoio da Polícia Civil e do Judiciário para investigarem também quem são os receptores. Está nos planos deixar uma equipe da PM na sede do Ciosp para agirem juntos. Para um trabalho mais efetivo em conjunto, no próximo dia 04 está marcada outra reunião, para a qual querem também incluir representantes do Ministério Público e Polícia Civil para definirem estratégias.
Segurança
Questionado sobre o que é preciso para melhorar a segurança, o tenente frisou que é necessário o comprometimento de todos os órgãos, pois é um sistema em si de Segurança. A partir do momento que se atua em uma situação (GM ou PM), vai para Polícia Civil e para o Judiciário. Lamentou que encontram brechas na Lei, até mesmo a pandemia em si, o que impede de ações mais rígidas e que sofram o devido processo legal, arcando com as consequências.
Nesta quinta-feira (17), teve início pela manhã a Operação Polígono que continuou até as 2h da manhã de sexta-feira. Presença do Regimento de Polícia Montada (RPMon), Rone, Guarda Municipal, equipe da Rotam de São José dos Pinhais com foco principal a atuação ostensiva. Agem também conforme denúncias. Uma operação em conjunto, com 58 agentes e 23 viaturas.
Desabafo dos comerciantes
As informações que repercutiram nas redes sociais traz o depoimento de Ademir com base também em diversos relatos de arrombamentos na cidade. Indigna-se pela impunidade, pois identificam-se os elementos e nada acontece. A situação tem gerado muito medo em todos, falta de tranquilidade para trabalharem e até mesmo em casa que qualquer barulho acham que alguém está invadindo. Uma sensação de impotência. Também querem uma ação não só de justiça com quem comete os furtos, mas saber quem está comprando estas mercadorias.
Ainda propõem que se aumente o efetivo de guardas municipais, investiguem os receptores, que os policiais peçam mais Mandados de Busca e Apreensão, que se peça mais apoio do Estado para melhorar a segurança, como também se faça uma auditoria e consultoria para ver onde se está errando.