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Política

Argentina

Eleição de Macri na Argentina é benéfica para Campo Largo. Ana Célia Vidolin, professora de Comércio e Relações Internacionais da Facecla fala sobre o assunto.

Argentina

01/12/2015

Por Luis Augusto Cabral

A mudança de Governo na Argentina, que se processa com a eleição do oposicionista Maurício Macri, pode trazer grandes benefícios não apenas para a Argentina, mas também para o Brasil, o Mercosul e em particular para as indústrias campo-larguenses. Ana Célia Vidolin (48), Engenheira e Administradora, professora de Comércio e Relações Internacionais da Facecla, acredita que já no segundo semestre de 2016 as indústrias de Campo Largo começarão a sentir os efeitos das mudanças e, certamente, estarão exportando mais para aquele País.
Ana Célia destaca que a eleição de Macri marca o final de um ciclo, a Era Kirchner, e sua política de esquerda, que engessou o comércio bilateral com o Brasil. A orientação de centro-direita do presidente eleito da Argentina, segundo a professora, já é evidente em suas primeiras declarações, nas quais destaca a retomada do desenvolvimento econômico do seu País e o diálogo com os países que compõem o Mercosul, a União Europeia, Estados Unidos e o novo bloco que se forma com os países do Pacífico.


Comércio
Destacando a importância da relação comercial entre o Brasil e a Argentina, Ana Célia lembra que os argentinos são fortes parceiros comerciais do Brasil, com peso na indústria automobilística, o pólo Metal Mecânico, eletrodomésticos, embalagens, louça e cerâmica, além de outros, e que o Brasil também consome muitos produtos argentinos, com destaque para a indústria vinícola, o trigo e automóveis. “A indústria campo-larguense principalmente dos ramos metal-mecânico, de embalagens, cerâmica e porcelana se destacam nessa relação”, segundo Ana Célia. Para ela, “após o novo presidente argentino arrumar a casa e recolocar a economia do País nos eixos, o comércio bilateral deverá retomar o seu vigor natural. Provavelmente já no segundo semestre de 2016 a indústria brasileira e, destacadamente a campo-larguense, poderão começar a sentir os primeiros efeitos das mudanças, mas os resultados permanentes só poderão ser percebidos a médio e longo prazos”.
O presidente eleito da Argentina, que assumirá o Poder no dia 10 de dezembro, declarou, em sua primeira entrevista, que vai buscar a suspensão da Venezuela no Mercosul devido às acusações de abusos de direitos e perseguições a políticos da oposição por parte do governo de Nicolás Maduro. A proposta será apresentada na próxima cúpula do bloco, prevista para o dia 21 de dezembro no Paraguai. Ele também deu algumas diretrizes sobre suas primeiras iniciativas na Economia e em outras áreas, entre elas políticas externas, combate à insegurança, formação do gabinete e relação entre governo e meios de comunicação. Ana Célia acredita que, também no cenário político continental, a eleição de Macri terá grande influência.