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Opinião

Na falta de diálogo, a briga de adolescentes por nada

Na falta de diálogo, a briga de adolescentes por nada

12/09/2015

Uma explosão de violência, uma luta muito parecida com os combates de vida ou morte que aconteciam nas arenas da Idade Média. Foi assim a luta de duas adolescentes, estudantes de escolas públicas estaduais, na tarde da última quarta-feira (09), na frente do Colégio Macedo Soares. Uma, a agressora, com aproximadamente 16 anos, ao que tudo indica já esperava sua vítima, na saída do Colégio, há algum tempo. Tão logo saiu, a menina foi atingida por socos e chutes. Mesmo indefesa, sem mostrar sinais de reação, ela continuou sendo atingida por uma série de golpes, inclusive no rosto e na cabeça, alguns dos quais até poderiam causar-lhe danos irreversíveis, quem sabe a morte.

Tudo isso filmado por outros adolescentes, e acompanhado por  uma plateia da qual se ouviam gritos de incentivo à violência. A agressão durou cerca de dois minutos e, não fosse a intervenção de um adulto, possivelmente pai de outra aluna do  Macedo Soares, a jovem estudante do Sagrada Família continuaria espancando sua vítima. Enquanto batia, a agressora se justificava dizendo que a menina que apanhava havia falado mal dela. Esse seria o motivo (futil), de tamanha violência.

A briga em frente à Escola, longe de ser um problema isolado, de adolescentes, é um reflexo de tudo o que vem acontecendo em nossa volta. A nossa sociedade perdeu os valores morais mais importantes que tinha, a família perdeu poder, força. As escolas perderam o respeito, a admiração que tinham dos estudantes. Antes templo sagrado da Educação e do Saber, a escola, hoje, é violada pela inversão de valores, pela desvalorização do professor, pela política. Não é incomum vermos estudantes em escolas de todo o País, desrespeitando professores, agredindo, transportando drogas, armas, cometendo violência, vandalismo, crimes.

A briga de estudantes em frente ao Macedo Soares não é o primeiro, e nem será o último ato de violência nas nossa escolas. Enquanto as famílias não retomarem o poder, a força e a moral que tinham nos tempos dos nossos pais; enquanto as autoridades não voltarem a valorizar o professor, a escola; enquanto a sociedade não mudar, estas cenas se repetirão e, infelizmente, podem até se tornar comuns.

Para enfrentarmos esta realidade nós, os pais, temos que, de imediato, acompanharmos mais os filhos na ida e na volta da escola. Sempre que possível devemos estar nas escolas, acompanhando o desenvolvimento do ensino, da disciplina, da educação. Porque nenhum pai, nenhuma mãe, gostaria de ver, pelas redes sociais, seu filho sendo espancado na saída da escola.