22/06/2012
Os últimos acontecimentos políticos, em Campo Largo, mostram, definitivamente, que política não é para amadores. Quem se prepara para viver o mundo político deve abrir mão de alguns vícios, de algumas fraquezas, de algumas convicções pré-concebidas (preconceitos). Precisa, entretanto, ser humilde, sutil, tenaz, sério, decidido e usar os acontecimentos buscando tirar deles proveitos para o bem. Mas precisa, antes de tudo, ser ético, porque o eleitor sente o cheiro de falsidade e costuma rejeitar candidatos que “fedem” a manobras ilícitas, que têm trejeitos de malandros, de falsidade, de traição.
Um acontecimento recente, na política brasileira, pode ser usado como exemplo de que o uso torto do cachimbo, acaba entortando a boca. O ex-presidente Lula, que conseguiu vencer, politicamente, graças à sua retórica, ao seu poder de persuasão, graças à sua extrema habilidade de usar as palavras, possivelmente achou que se tornara uma espécie de Deus da Política, acima do bem e do mal, e cometeu um erro fatal. Em São Paulo, ele abraçou-se com o inimigo número Um do PT, o ex-governador Paulo Maluff, contra o qual existe uma rejeição fantástica, descomunal. O eleitor jamais entenderá a união do PT com Maluff. É como mostrar os brasileiros torcendo pela Seleção Argentina, é como Pelé admitir amor a Maradona. Lula, certamente, já sentiu que errou, e tenta consertar o erro, mas não há consenso, sobre a possibilidade dele conseguir.
Em Campo Largo, o desespero de alguns candidatos a candidato, fez com que alguns cometessem erros primários, expondo-se de forma perigosa a uma situação que não se pode sustentar. O blefe é interessante num jogo de Truco, quando o adversário não tem certeza das cartas que estão nas mãos do outro. Mas mesmo no Truco, o blefe é muito perigoso, principalmente quando os adversários são jogadores experientes e “leem” nos olhos do adversário que ele está mentindo. O resultado pode ser uma “seiszada” de difícil reversão. Por isso, o blefe só deve ser utilizado quando o jogador tem absoluta certeza de que o adversário tem pouco jogo nas mãos. Do contrário, ele pode ser “pulverizado” da partida, numa única rodada.
Vejamos, então, que existem muitos factóides, notícias plantadas, balões de ensaio, que alguns políticos utilizam para tentar ganhar posições. Não funciona, e quando funciona, o eleitor quase sempre percebe, e dá o troco lá na frente. Vale sempre mais a pena, seguir o caminho mais difícil, do que utilizar-se de truques sujos.