02/05/2012 Fonte: R7 Notícias
Em semana de feriado, normalmente, as atividades no Congresso Nacional são paralisadas ou, pelo menos, reduzidas. Desta vez, porém, os parlamentares fizeram apenas uma pausa e já começam a quarta-feira (2) a todo vapor por conta da crise provocada pelo caso Cachoeira.
O envolvimento do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com deputados, senadores, governadores e integrantes da imprensa e do Judiciário será investigado pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Cachoeira. Já criada e estabelecida, ela agora começa a dar os primeiros passos.
O inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar o esquema comandado pelo bicheiro deve chegar ao Congresso nesta manhã.
Na sexta-feira (27), o ministro Ricardo Lewandowski autorizou o envio do volumoso texto para a análise dos parlamentares, exigindo que o sigilo fosse mantido. No mesmo dia, porém, o conteúdo do documento vazou na internet, antes mesmo de chegar ao Congresso.
Também nesta quarta, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), devem encontrar-se com o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, para tomar conhecimento da apuração feita pela PGR sobre o assunto.
Os integrantes da CPI querem que Gurgel preste depoimento, mas a procuradoria alega que ele não pode ser convocado para depor por ter atuado no inquérito. Ainda assim, o presidente e o relator pretendem convidá-lo a colaborar.
À tarde, a CPMI se reúne para definir o plano de trabalho dos próximos 180 dias de funcionamento e votar alguns dos quase 200 requerimentos já apresentados.
Na quinta-feira (3), o senador Humberto Costa (PT-PE), relator que analisa a representação contra Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, deve ler seu parecer sobre o assunto. Caso ele considere que Demóstenes quebrou o decoro, poderá ser aberto um processo de cassação contra o senador, flagrado em conversas suspeitas com Cachoeira.
Além dele, outros parlamentares, como os deputados Stepan Nercessian (PPS-RJ), Rubens Otoni (PT-GO), Jovair Arantes (PTB-GO), Sandes Junior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que também tinham ligação com o bicheiro, podem ser investigados. O caso de Sandes e Leréia já é analisado pela Comissão de Sindicância aberta na Câmara dos Deputados sobre o tema.