20/04/2012

A Stévia, uma importante planta medicinal que em sua forma natural é 15 vezes mais doce que o açúcar (sacarose) e o seu extrato é de 100 a 300 vezes ainda mais doce, poderá ser produzida em grande escala em Campo largo, já a partir de 2013. A implantação da produção de Stévia no Município está sendo incentivado pela Corn Products, instalada em Balsa Nova, e tem a orientação de técnicos do escritório local da Emater. Os testes de campo deverão ser iniciados já a partir de Setembro próximo.
A Corn utiliza grande quantidade de Stévia para produzir alguns dos seus mais importantes produtos. As plantas são trazidas de São Paulo e Mato Grosso, com um custo elevado de transporte e pedágio. A decisão de incentivar a produção da planta, na região (Campo Largo, Balsa Nova e Araucária), é estratégica para a redução de custos. Tudo o que for produzido terá garantia de venda, a preço de mercado.
Nova cultura
O zootecnista Dirlei Edson dos Reis, extensionista e chefe do escritório da Emater - Campo Largo, que está à frente do projeto de implantação da nova cultura no Município, lembrou que a Stévia é uma planta nativa da América do Sul, uma planta de clima tropical, mas que atualmente é cultivada em grande escala na China, onde os campos permanecem por quase seis meses por ano, debaixo de neve. A China é o maior produtor de Stévia do mundo.
Em Campo Largo, cinco produtores rurais foram selecionados para efetuar os testes de aclimatação e produção da Stevia, em escala. Em Setembro eles deverão receber as mudas, cada um com cerca de dois hectares disponíveis para o plantio. No total a Corn quer produzir, nesse teste, em nove hectares de terras em diversas regiões de Campo Largo. A ideia é que pelo menos mil produtores rurais produzam Stévia, na região, dos quais 200 em Campo Largo. Os testes serão realizados com produtores do palmital dos Pretos, Sete Saltos de Cima e Gramado Grande. O mais importante é a produtividade. Se der certo, o Município poderá se transformar num pólo produtor de Stevia.
O que é
A Stévia (Stevia rebaudiana) é uma erva doce e perene, da família Asteraceae, nativa do Paraguai, cresce naturalmente nos departamentos de Alto Paraná e Amambay na fronteira com o Brasil. Antonio Bertoni, botânico Sul-americano, “descobriu” o produto em 1887. Os índios guaranis conhecem a planta como “Caa-Hee”, que significa “Erva Doce “, da qual desde os tempos imemoriais, utilizam para adoçar as folhas de chá, mastigá-las como guloseima, e na medicina popular para tratar doenças do estômago. A Stévia não contém calorias e tem efeitos benéficos sobre a absorção de gordura e pressão arterial, contém carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais. O doce sabor da planta é devido a um glicosídeo chamado Esteviósido, composto de glicose, e rebaudiosídeo.
Em 1931, os químicos francêses Bridel e Lavieille extraíram das suas folhas uma composto cristalino, branco, puro, no que eles chamavam de “Esteviósido”, até 300 vezes mais doce que o açúcar de cana. Nos EUA, em 1952, um grupo de pesquisadores confirmou que o Esteviósido foi o produto natural mais doce até hoje encontrado. É usado na panificação, cereais, iogurte, sorvete, etc. Ele também é usado em refrigerantes, incluindo a versão japonesa de Coca Cola Diet desde os anos 80.
A Stévia é completamente segura para a saúde e livre de efeitos colaterais, o que é demonstrado pelo uso de folhas ao longo de séculos, no Paraguai. No Brasil o uso de “extratos” da planta é utilizado por milhares de pessoas. Atualmente, a Stévia é usada em quase todo o mundo para produzir alimentos e bebidas doces, especialmente destacada com um baixo teor calórico.