04/04/2012
Assembleia inicia debate sobre venda de bebidas alcoólicas na Copa do Mundo
04/04/2012 Fonte: Banda B
Após a decisão do Governo Federal em delegar aos estados a decisão sobre a liberação ou veto da venda de bebidas alcoólicas durante os jogos da Copa do Mundo, os deputados da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) se dividem. Nesta segunda (02), o deputado Stephanes Júnior (PMDB) apresentou um projeto de lei pedindo a liberação das bebidas durante as partidas do Mundial realizadas na capital.
Ao mesmo tempo, o deputado Leonaldo Paranhos (PSC) protocolou uma proposta que pede a proibição da venda em todos os eventos esportivos realizados no Paraná, inclusive durante a Copa.
O peemedebista defende que o país se comprometeu a cumprir as exigências da Fifa para a realização do evento esportivo em 2014. "Eu não vejo que isso seja um problema. A impunidade é que gera a violência", afirmou o deputado, argumentando que o público da Copa é festivo e não têm a intenção de protagonizar atos de violência. "A liberdade da pessoa precisa ser respeitada. Ao proibir, estamos nivelando todo mundo por baixo", completou.
Stephanes criticou a postura da Câmara Federal em não definir a questão por meio da Lei Geral da Copa e passar a responsabilidade da decisão para os estados. "O governo foi infeliz em lavar as mãoes. Ele tá com problema com a sua base eleitoral", disse.
Já Paranhos, contrário à liberação, se mostra otimista com a aprovação do seu projeto de lei. O parlamentar argumenta que no momento em que o Brasil assinou o termo de compromisso junto à Fifa, a entidade sabia da proibição da venda de bebidas alcoólicas no país. "Em 2009, a Fifa assinou com uma empresa de cerveja e traz esses massacre ao país".
De acordo com o deputado, é impossível saber a procedência do grande número de turistas que vai acompanhar o evento no estado. "É um público diferenciado. Um torcedor que não conhecemos o comportamento nos estádios", definiu.
Análise da CCJ
Os dois pré-projetos ainda passam pela análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O presidente da comissão, deputado Nelson Justus (DEM), favorável à liberação da venda, destacou que o mérito dos projetos não deve ser levado em conta pela CCJ.
Para Justus, a proibição do consumo de bebidas alcoólicas nos estádios é radical porque não constitui a causa única da violência nos campos de futebol. "Os estádios vão estar totalmente monitorados com câmeras", argumentou. "Nós não podemos nos valer dessa hipocrisia e nem tornar isso uma questão religiosa", emendou.