31/03/2012
Após disparar no ano passado, preço do aluguel perde força
31/03/2012 Fonte: Gazeta do povo
Depois de uma forte alta no preço dos novos contratos de aluguel em Curitiba no ano passado, 2012 está registrando, até agora, uma leve queda nos valores. Segundo dados do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), os contratos novos de aluguel subiram 13,93% na capital em 2011, reflexo da valorização dos imóveis nos últimos anos, mas em janeiro e fevereiro deste ano – meses nos quais a demanda por aluguel é, habitualmente, forte –, houve uma queda média de 0,7% nos valores.
“É um sinal de que este será um ano de preços estagnados. O preço do aluguel, em 2012, deve acompanhar a inflação e os ajustes não passam disso”, comenta Luiz Valdir Nardelli, vice-presidente de locação do Sindicato da Habitação e Condomínios no Paraná (Secovi-PR).
Para os profissionais do mercado, a alta de 2011 foi necessária para corrigir um desacerto entre os preços de venda e locação, resultado do boom imobiliário dos anos recentes. “Neste ano o mercado vai assentar e voltar ao normal”, prevê Luiz Fernando Camargo, proprietário da imobiliária Habitec. Ele conta que a produção atípica no setor da construção civil, vista depois de 2005, vai frear neste ano e a procura também vai se estabilizar. Isso se reflete nos preços, tanto de vendas quanto nos novos contratos de aluguel. Para Nardelli, a alta esgotou a capacidade de absorção dos candidatos a inquilinos. “O preço do aluguel estava defasado e essa correção era necessária. Mas agora os preços estão no teto”, explica.
Casas e apartamentos
Entre as casas, as de alvenaria com um e quatro quartos e as de madeira foram as que registraram maiores quedas nos preços. A média do metro quadrado nesse tipo de imóvel era de R$ 12,19, em janeiro, e caiu para R$ 11,45 no mês passado. Entre os apartamentos, tiveram desvalorização as kitinetes e apartamentos de quatro quartos. Em janeiro, a média do preço do metro quadrado desses imóveis era de R$ 15; em fevereiro, foi de R$ 14,73.
Embora a diferença seja pequena, o decréscimo é sinalização do arrefecimento do mercado. Entre 1995 e 2003, a procura por imóveis aumentou em Curitiba, mas a oferta não era suficiente. Em meados da última década, incentivos para o crédito imobiliário e a melhoria do poder de compra das famílias gerou uma corrida em busca de imóveis. “Foi aí que a indústria passou a construir mais, grandes empresas vieram para cá e começou o movimento de reposição parcial na oferta de imóveis”, comenta Camargo. De acordo com ele, não há mais a falta tão significativa de imóveis no mercado e a tendência é de estabilidade.
Vice-presidente do Secovi pede cautela a proprietários
Para o preço do aluguel, Luiz Valdir Nardelli, vice-presidente de locação do Secovi-PR, recomenda cautela aos proprietários. “Os preços do aluguel já foram recuperados e agora os proprietários têm de pôr o pé no chão e entender que um preço muito alto pode significar um imóvel vazio ou um inquilino inadimplente”, afirma. De acordo com ele, uma euforia muito grande com a tentativa de aumentar os preços pode frustrar quem espera a renda do aluguel. “A margem que o aluguel tinha para subir já foi alcançada”, endossa.
Oferta
Mesmo com o aumento de preço, em fevereiro de 2012 foram alugados cerca de 10% mais imóveis residenciais que no mesmo período de 2011. A explicação é o aumento no volume de imóveis à disposição. Os imóveis mais ofertados e também mais locados são os compactos: apartamentos de um ou dois quartos. O tempo médio entre a angariação do imóvel residencial e locação do mesmo foi de 85 dias no mês de fevereiro, enquanto no ano passado, na mesma época, o mesmo processo levava em média 78 dias. No entanto, a variação não é considerada significativa. Foram registrados 3% de inadimplência de aluguéis em fevereiro e 72,5% dos imóveis locados no mesmo período tinham o fiador como garantia do contrato.