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Geral

Vinhos

16/03/2012

Acessórios de vinho dão um toque de sofisticação na degustação

Vinhos

16/03/2012

Para alguns, o uso de acessórios de vinho é algo desnecessário, mas, para quem é apreciador de um bom vinho, que sabe aproveitar o momento que essa bebida pode proporcionar, os acessórios são itens indispensáveis. Se bem usados, os acessórios dão um charme ao serviço do vinho, proporcionam uma extração máxima de qualidade do mesmo, aumentando seu aroma e amaciando o paladar.
O mercado de vinhos cresce a cada dia, com novos adeptos que passam a se interessar em realmente conhecer essa cultura, cheia de tradição e sofisticação. Com isso, especialistas desenvolvem acessórios para tornar essa prática ainda mais prazerosa. Segundo o enólogo e proprietário da Bacco e Tabacco, Eduardo F. Agnoletto, basicamente é preciso ter em mãos um bom saca-rolha com corta cápsula, para incrementar pode-se ter um decanter ou aerador, bem como termômetro e corta-gotas.
Eduardo recomenda utilizar um acessório para carregar o vinho, que geralmente é em couro, tendo opção para guardar até duas garrafas. Facilita para carregar e ainda não é deselegante por levar a garrafa na mão. “Hoje muitos lugares permitem que você leve seu próprio vinho. Alguns cobram taxa de rolha, mas alguns o isentam deste valor”, comenta.
Inicialmente, deve-se usar um termômetro externo de contato direto com a garrafa, o qual também já identifica a temperatura correta para cada tipo de vinho. A temperatura influencia diretamente na degustação, pois pode tanto realçar as qualidades, quanto os defeitos de um vinho. Para cortar o lacre que envolve a rolha – responsável pela proteção e higiene da mesma -, usa-se um cortador de cápsula. Muitas vezes o cortador já vem com o saca-rolha.
Segundo o enólogo, existem mais de cem modelos de saca-rolha, mas ele considera o de alavanca dois estágios como o mais prático. “É importante não perfurar toda a rolha. Tem que ser um bom saca-rolha que não a estrague, evitando que caia qualquer pedaço no vinho”, explica ele. Para quem é colecionador de rolhas, o ideal é usar um abridor específico que não perfure a mesma.
Ao retirar a rolha, deve-se olhar se não está com fungo e sentir se não está com cheiro forte. Caso isso aconteça, o ideal é que esta bebida não seja consumida, pois não está com a qualidade adequada. As rolhas não podem estar ressecadas, o que permitiria a entrada de oxigênio; o armazenamento da garrafa deve ser feito na horizontal, o que faz com que a rolha esteja sempre em contato com o vinho. Eduardo comenta que a rolha de cortiça faz parte do ritual, sendo algo bem tradicional e importante para os amantes do vinho. Os vinhos da França e Portugal, principalmente, não dispensam o uso dessa rolha, que também é a que proporciona melhor conservação da bebida. Mas ainda existe a tampa de rosca, conhecida por scroll cap, e tem sido muito utilizada. Uma terceira opção é a rolha de material sintético, com capacidade de conservação um pouco menor, e que também tira um pouco o encanto de quem realmente entende de vinho.
Alguns vinhos, de acordo com Eduardo, merecem aeração – vinhos mais envelhecidos, com tempo maior de guarda. Essa prática melhora o aroma, sensação de maciez mais intensa na boca e muitas vezes a cor do vinho evolui. Pode ser feita com o uso de um decanter de vidro ou cristal, no qual a bebida precisa ficar por cerca de meia hora. Mas há uma novidade no mercado brasileiro, o Magic Decanter, que faz a aeração instantânea. Ambos dispensam o movimento de rotação da taça para oxigenar a bebida. “Alguns, como os de safra antiga de vinho do Porto, formam uns cristais e só o decanter para tirar”, diz.
O acessório corta-gotas, colocado na garrafa, faz com que não pingue gotas de vinho na mesa ou até na pessoa; alguns ainda vêm com aerador, iniciando uma oxigenação na bebida. O vinho deve ser servido em uma boa taça, com diâmetro suficiente para que a bebida libere os aromas. Em um evento com mais pessoas, pode-se usar identificador de taças, com cores diferentes. Os mesmos podem ser usados também em casos de degustação de mais de um vinho, para diferenciar.
Quando não houver o consumo de toda a garrafa, o armazenamento precisa ser feito de maneira adequada. “Entre o vinho e a rolha terá oxigênio e com isso começa o processo de avinagramento após dois ou três dias”, explica. Para retirar este oxigênio antes de armazenar, é indicado eliminá-lo com um salva-vinho, o que faz com que ele dure até duas semanas. Se for consumir logo, pode ser fechado apenas com uma tampa para vedar.
Esses acessórios são vendidos separadamente ou em kits. Há três anos com loja em Campo Largo, Eduardo percebe que a pessoas estão conhecendo mais de vinho. Neste tempo ele acompanha a evolução destas pessoas; conta que começam com leves, que geralmente são muito doces, e depois passam a degustar os vinhos mais encorpados.