08/03/2012
Com Dilma no comando do País, mulheres avançam na conquista de espaço e de direitos
08/03/2012 Fonte: R7 Notícias
A presidente Dilma Rousseff deve sancionar nos próximos dias o projeto de lei aprovado na terça-feira (6) pelo Senado que multa as empresas que pagam menos às mulheres do que aos homens que trabalham na mesma função. A nova conquista feminina, às vésperas do Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta-feira (8), se junta a outros avanços que devem acabar creditados à presença da primeira mulher no Palácio do Planalto.
Em pouco mais de um ano no poder, Dilma criou programas especiais para as mulheres, levou nove delas para ministérios e fez a primeira mulher presidente da Petrobras, a maior estatal brasileira. Mas foi com seu próprio desempenho à frente da Presidência que ela legitimou seu discurso de que lugar de mulher também é na política.
O deputado Valtenir Pereira (PSB-MT), autor de um projeto de lei prevendo prisão de até três anos para crimes de discriminação de gênero, afirmou ao R7 que levar Dilma ao Planalto serviu para lembrar à sociedade do novo papel da mulher no mundo.
- Foi muito importante colocar uma mulher na Presidência. Dilma lembra aos homens e às próprias mulheres que elas podem desempenhar qualquer papel na sociedade, e suas ministras são um exemplo disso.
Dilma não só levou mais mulheres para a Esplanada dos Ministérios, mas entregou a elas algumas das pastas mais importantes. A mulher-forte de Dilma é Gleisi Hoffmann, a ministra-chefe da Casa Civil, cargo só menos importante que o da própria presidente.
Para representar o governo nas negociações com deputados e senadores, Dilma dispensou um homem, Luiz Sérgio, e colocou no lugar Ideli Salvatti, a atual ministra das Relações Institucionais, responsável pelas articulações políticas. Outra “dama de ferro” é Miriam Belchior, chamada nos corredores do Planalto de “Dilma da Dilma”. É dela a tarefa de tocar os programas de infraestrutura do governo, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), considerados cruciais para que o Brasil continue crescendo em tempos de crise mundial.
Mas a última canetada de Dilma em favor das mulheres surpreendeu os mais conservadores: em fevereiro, tomou posse na Petrobras Maria das Graças Foster, nas palavras da própria executiva, “a primeira mulher do mundo a comandar uma empresa de petróleo deste porte” – a quarta maior companhia energética do mundo.
Além de fortalecer mulheres já poderosas, Dilma deu mais autonomia às mais simples. Para isso, a presidente as colocou no foco dos programas sociais do governo, a começar pelo principal deles, o Bolsa Família. Ela mesma chegou a dizer que o programa pertence a elas ao lembrar que "93% dos responsáveis pelo recebimento do benefício são as mães de família".
Ela se gaba do resultado de outros programas com perfil ainda mais feminino, como o Rede Cegonha, um plano de pré-natal que reduziu a mortalidade materna em 19% no ano passado na comparação com o ano anterior. Outro orgulho da presidente é o Mulheres Mil, que pretende formar e colocar no mercado de trabalho 100 mil mulheres até 2014.
Discriminação
A lei contra discriminação aprovada no Senado e que logo deve receber a assinatura de Dilma pretende atacar outra frente do preconceito, a que atinge as mulheres no trabalho. Segundo relatório do Banco Mundial, a presença da mulher no mercado brasileiro cresceu 22% desde 1980, mas ela ainda recebe muito menos: para cada US$ 1 pago a um homem, remunera-se US$ 0,73 à mulher.
A deputada Luci Choinacki (PT-SC), que conseguiu incluir na Reforma da Previdência, de 2002, a aposentadoria para donas de casa, afirma que a maior contribuição de Dilma é “com a sua presença”.
- Por que a sociedade precisa se interessar pela causa da mulher, a começar por elas, que precisam de coragem para não apenas assumir novas funções, mas exigir a remuneração justa.
Em seu último programa de rádio, Café com a Presidenta, Dilma antecipou as homenagens à Semana da Mulher com uma afirmação ousada, que ganha mais força justamente por ter saído da boca da primeira delas a vencer uma campanha presidencial no Brasil:
- Eu tenho convicção de que o século 21 é o século das mulheres. Não para as mulheres serem, de certa forma, contra os homens, mas para as mulheres terem uma participação na vida social, política, econômica e cultural do país ao lado dos homens, tendo o respeito dos homens. Um país que respeita suas mulheres constrói uma nação desenvolvida. Por isso é muito importante, é uma tarefa de homens e mulheres a luta contra a discriminação da mulher.