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Natal é tempo de reflexão

Natal é tempo de reflexão

16/12/2011

Com o Natal se aproximando, não são todas as pessoas que estão empolgadas em preparar uma bela ceia, em comprar os presentes de Natal e felizes por reunir a família. Muitas pessoas já sentem a chegada do Natal com certa tristeza, pensativas e até angustiadas.

Alessandro Rodrigo Mendes Marques, psiquiatra especialista em Transtornos de Humor, explica que a maioria das datas festivas é comemorada com realizações externas, como sair viajar, por exemplo. Já o Natal é um retorno ao núcleo da família, o que “para algumas pessoas isso já é claustrofóbico, pois estão sempre querendo sair”. Ainda completa afirmando que é um movimento introspectivo, uma viagem à sua vida desde a sua infância.

O especialista explica que são muitos motivos que fazem com que as pessoas comecem a ficar mais tristes próximo a essa data. Muitas pessoas não têm a família que gostariam de ter tido e o encontro não se torna algo prazeroso. Alguns psicanalistas ainda dizem que o Natal chega a ser um acerto de contas, momento em que há perdão e reconciliação. Com isso, inevitavelmente começam a pensar no que fizeram na vida, no que não deu certo, os erros cometidos, entre muitas reflexões que começam a deixar a pessoa mais depressiva. Segundo o psiquiatra, é inevitável e natural esse momento de avaliação, mas é preciso tentar não deixar que isso atrapalhe o dia a dia e que seja uma reflexão para realmente resolver o que angustia a pessoa, tentar entender os acontecimentos e dependendo da situação até relevar.

“Não é incomum uma sensação desprazerosa no Natal”, afirma Alessandro. Outro ponto muito forte também é a saudade de entes queridos que já não estão mais presentes. Nessa época acabam recordando muitos momentos e lamentam por não terem mais a presença de quem tanto amou.
Para ele, não é coincidência que a comemoração do Natal aconteça na casa dos pais, porque eles querem unir a família. A troca de presentes entre os familiares ainda é uma forma de conciliação, de agrado e agradecimento.

Sobre ações solidárias que são muito vistas nesse período, Alessandro diz que algumas pessoas sentem o sentimento de culpa e muitas vezes esse sentimento é o que move para que queiram ajudar o próximo, a fazer doações. “É uma tentativa de reparar erros, algo normal”, diz.