26/11/2011
Projetos aproximam jovens alunos da política.
26/11/2011 Fonte: Band.com.br
O papel dos deputados e senadores parece um tanto difícil de ser entendido, ainda mais por crianças e adolescentes. Entretanto, projetos fazem com que a infância se aproxime da política. No Congresso, os parlamentares mirins aprendem sobre o papel dos representantes e ainda criam projetos de lei que podem virar realidade.
“Aprendi muito com a experiência. Agora sei exatamente como é o processo de criação de uma lei”, explica o estudante mineiro Matheus Oliveira Faria, de 16 anos, que está no 3º ano do colegial. Primeiro colocado na redação do Senado, ele participou da criação de um projeto de lei para ajudar o financiamento de crédito universitário em diversas carreiras no país.
Segundo o setor de Relações Públicas da Casa, este ano foram aprovados 22 projetos e duas PECs (proposta de emenda à Constituição) propostos por 27 alunos da rede pública estadual. Cada um deles representava um Estado brasileiro. Em três dias de visitação, eles conheceram os senadores e votaram como verdadeiros parlamentares.
“Uma semente foi plantada”
Estudante do 9º ano da Escola da Polícia Militar de São Paulo, Marco Túlio Campos Machado, de 14 anos, teve seu projeto de lei aceito no Plenarinho – um programa da Câmara dos Deputados que escolhe, por ano, os três melhores.
“Gostei de ver meu projeto, que sugere que todo cidadão saiba o valor dos impostos de cada produto que compra, ser aprovado”, afirma o aluno.
Matheus e Marco Túlio querem ser médicos quando crescerem. Mas nem por isso descartam a possibilidade de aprender mais sobre política. “Uma semente foi plantada na minha cabeça. Quem sabe ela não cresça e gere frutos”, afirmou Marco Túlio.
Porém, segundo o aluno, é importante o sentimento de mudança. “Quero tapar os furos da sociedade. Tem muita coisa que deve ser repensada, dissolvida e acrescentada”, completa.
Como funciona
Os programas de parlamentares mirins da Câmara e do Senado são bastante distintos. Segundo a coordenadora do Plenarinho da Câmara, Ana Cláudia Lutosa, qualquer aluno do ensino fundamental pode mandar, por meio do site, seu projeto de lei.
“As propostas são lidas e avaliadas durante o ano. Em meados de outubro, nós escolhemos as três melhores e as crianças passam por um dia de deputado”, afirma Ana. De acordo com ela, o número de inscrições passou de cem, em 2006, para 1.600 neste ano.
“O projeto, depois disso, pode ser apadrinhado por algum deputado e, assim, votado no Congresso”, diz.
Já o Senado, segundo o setor de Relações Públicas da Casa, faz um concurso de redações com as escolas públicas estaduais de todo o país. Os melhores alunos de cada Estado visitam o Congresso, passam por três dias de aprendizado e fazem os projetos de lei.
Estes, depois de aprovados em sessão com os próprios estudantes, vão para as devidas comissões da Casa, onde são votados.