23/11/2011  Fonte: Band.com.br

Ainda distante do turismo de massa, a velha Boipeba, como é conhecida a parte mais populosa da ilha, revela encantos que podem ser sentidos no dia a dia.

Praticamente vizinha do badalado Morro de São Paulo, a ilha de Boipeba é uma das 36 do município arquipélago de Cairu, na Bahia. O acesso à área protegida ambientalmente desde 1992 é feito por barco ou lancha rápida, e coloca os visitantes em contato com a natureza altamente preservada e com a comunidade local.

Passeios a cavalo ou de canoa artesanal, trilhas por praias e matas nativas, mergulhos e paradas estratégicas em restaurantes flutuantes, como o Ponto das Ostras, em Canavieiras, são opções durante a viagem, mas parte da beleza da ilha se esconde nos próprios moradores, como é o caso do guia Ronaldo, de 27 anos, que integra um programa de intercâmbio e se prepara para ensinar capoeira na França este mês.

Pescador durante a baixa temporada, Ronaldo aproveita a alta estação, que se estende de novembro a março, para levar os visitantes por passeios pela ilha. Segundo ele, apesar do aumento crescente de visitantes nos últimos cinco anos, ainda é possível conservar as características da vida simples. “É por isso que nos preparamos para falar para as pessoas sobre o lugar no qual vivemos, para que elas entendam a importância da preservação das nossas praias, do nosso mangue, de como ele mantém o ecossistema de onde tiraremos nosso sustento”.

Assim como Ronaldo,cerca de outros 30 jovens são associados para trabalhar como guias turísticos durante a alta temporada. A partir de abril, as visitas costumam ser mais raras e é possível sentir o clima real do local, com moradores tecendo redes, conversando em frente às casas ou sentados nos bancos das praças aos fins de tarde, embalados pela música que sai dos falantes da rádio comunitária criada na ilha e incentivada por Jorge do Som.

Outra figura conhecida em Boipeba é Tavinho ou Cabeludo, como gosta de ser chamado. Cabeludo é responsável pelo Museu dos Ossos, local onde expõe sua coleção de vértebras de peixes, baleias, cascos de tartarugas e outras curiosidades.

Apesar de ser a mais povoada, a Velha Boipeba não é a única comunidade no local. Regiões como a de Moreré, onde é possível mergulhar em piscinas naturais com a maré baixa, e de Cova da Onça, também são habitadas. Ao todo, estima-se que cerca de cinco mil pessoas vivam na ilha.