11/11/2011

Após inúmeras reclamações da coleta de lixo em Campo Largo, a Secretaria de Meio Ambiente do município - responsável pela gestão da coleta dos resíduos - constatou irregularidades no serviço prestado pela empresa terceirizada (contratada por meio de licitação para a prestação do serviço de engenharia sanitária e limpeza pública) e cumpriu com as penalidades previstas em contrato, as quais indicam a aplicação de notificações e multas em casos de atraso e não cumprimento dos roteiros de coleta. “Nos últimos meses, a população tem reclamado da descontinuidade da coleta de lixo em algumas regiões. O serviço que deveria ser prestado três vezes na semana está sendo executado uma ou duas vezes na semana e com atrasos”, afirmou o secretário de Meio Ambiente, Fabiano Andreassa.  
A empresa justificou à Prefeitura que está enfrentando problemas com a falta de mão de obra. “Eles explicam que existe uma deficiência para contratação de funcionários no mercado atualmente e assumem que alguns setores de coleta, principalmente os de fim de semana, estão sofrendo descontinuidade e atrasos”, contou Andreassa. Independente das dificuldades da empresa, a Prefeitura irá continuar fiscalizando o serviço. “A população precisa e nós devemos garantir isso. A ouvidoria da Secretaria de Meio Ambiente está atenta e registra todas as reclamações recebidas”, ressaltou o secretário. De acordo com Andreassa, a Sanetran está preocupada com a situação, “estão buscado alternativas para a solução imediata do problema, concedem bonificação aos funcionários que não apresentam faltas e buscam profissionais em outros municípios”, disse.
Campo Largo gera em média mais de 1,8 mil toneladas de lixo comum por mês. Só neste ano a quantidade ultrapassa 14,6 mil toneladas. Além de atender toda a área urbana e parte dos distritos rurais, o serviço de coleta de resíduos domésticos no município abrange também resíduos provenientes das atividades comerciais. A destinação final de todo esse material é o aterro sanitário localizado no município de Fazenda Rio Grande.
A Produção do lixo e
a preocupação ambiental
No Brasil, grande parte do lixo coletado nos centros urbanos ainda é depositado em lixões, os quais, segundo a analista ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Campo Largo, Mirela Jacomasso, representam efeitos negativos, tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade. “Essa prática polui o solo, contamina a água subterrânea e os mananciais, e prolifera vetores causadores de doenças”, afirma. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (2009), a região Sul é a que apresenta os melhores índices de disposição adequada dos resíduos, sendo 87% destinados para aterros sanitários. O Paraná é o estado que apresenta a melhor colocação.
Campo Largo pertence à parcela positiva desta estatística, porém a preocupação do município com a correta destinação dos resíduos persiste. “É um problema ambiental, pois os aterros sanitários também possuem o esgotamento da sua vida útil”, explica a analista ambiental.
O crescimento do consumo resulta proporcionalmente no aumento da quantidade de resíduos gerados pela população. Para Mirela, as principais medidas para minimizar esse problema - que possui proporções mundiais - são a reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos orgânicos. “Esta realidade somente será alterada quando as pessoas se conscientizarem da importância da separação dos materiais recicláveis e do reaproveitamento dos resíduos orgânicos através da compostagem”, salienta. A compostagem pode ser considerada como uma alternativa para a reciclagem doméstica dos resíduos orgânicos. O processo é simples: utilizar esses resíduos como adubo orgânico em hortas e plantações. Quem possui espaço físico para a prática e, principalmente, a população da área rural, pode adotá-la e contribuir para o meio ambiente e o futuro do planeta.