11/11/2011

Campo Largo tem um dos maiores e mais importantes hortos municipais do Paraná. Localizado em área do Parque Cambui (Parque Newton Puppi), com aproximadamente um alqueire, o Horto Municipal de Campo Largo produz 50 mil mudas de árvores por ano, para o projeto Mata Ciliar, e mais 2.500 mudas/ano para arborização urbana, além de cinco toneladas de adubo orgânico e centenas de mudas de árvores frutíferas.
“Não é um trabalho fácil, mas altamente importante para a cidade, que se posiciona entre as mais preocupadas com o Meio Ambiente no estado”, explica Fabiano Andreassa, secretário Municipal do Meio Ambiente. Ele destaca, ainda, uma outra função do Horto, a Coleta Verde, que transforma os restos de poda das árvores de toda a cidade, em adubo orgânico, utilizado nas praças e nas hortas das escolas e creches.
O Horto
A Reportagem da Folha solicitou e foi atendida pelo secretário, que abriu o Horto para nossa equipe, na última Quarta-feira (09). Recebida pelo secretário e pela técnica florestal responsável pelo Horto, Leonidia Czitorski, a Reportagem da Folha conheceu toda a estrutura e detalhes dos programas da Secretaria do Meio Ambiente, como a coleta e desmanche de móveis (inclusive sofás) descartados pela população.
Fabiano Andreassa disse que a coleta de móveis descartados é uma atividade necessária “porque, do contrário, tudo isso iria parar nas margens de ruas e leito de córregos e rios da cidade, causando poluição. Nós requisitamos dois funcionários da empresa, que coleta os resíduos, para realizar esse trabalho de desmonte dos móveis; e aproveitamos a madeira, para reciclagem, e o resto do material reciclável. Como a espuma, para associações filantrópicas”.
Mas o que chamou mais a atenção da Reportagem, além desse trabalho e da produção de mudas, foi o tratamento dado aos restos de grama e árvores, recolhidas diariamente na cidade. Tudo é triturado e, após passar por um longo período de compostagem, acaba se transformando em adubo orgânico, cinco toneladas/ano, material que vai alimentar as hortas das escolas e creches e os canteiros de flores das praças públicas.
Arborização
O secretário explicou que uma das funções do Horto é produzir mudas para a arborização urbana. “Nós produzimos cerca de 2.500 mudas por ano, plantamos nas ruas mais de duas mil, mas só 30% dessas árvores chegam à idade adulta, 70% são destruídas por vândalos. Mesmo assim, não desanimamos, procuramos produzir mudas mais resistentes, transplantando-as para as calçadas um pouco mais tarde, quando as árvores estão maiores e com caule mais grosso. Com isso as chances de sobrevivência são maiores”, explicou ele.
Um convênio com o IAPAR, que fornece as sementes, o Horto produz cerca de 50 mil mudas por ano, para o projeto de reposição da Mata Ciliar e de áreas degradadas. Essas plantas são vendidas ao preço de R$ 0,50 cada, para as pessoas que são autuadas pelo IAPAR e obrigadas por lei a repor a Mata Ciliar. São 27 espécies nativas diferentes, produzidas naquele Horto, além de frutíferas, como Araçá, Jaboticaba, Pitanga, Cereja, e outras. Em 2010 foram distribuídas 29 mil mudas e, em 2011, até agora, 40 mil, podendo chegar a 50 mil, até o final do ano.
O Horto distribui mudas, em eventos públicos, como um que vai ser realizado no final do mês, no Calçadão da XV e Praça Getúlio Vargas.
Leonidia, a técnica florestal responsável pelo Horto, mostrou uma Jaboticabeira de 30 anos, transplantada há alguns meses do antigo terminal Urbano, para o Horto, árvore que já está dando frutos, novamente. “Deu muito trabalho, mas nós conseguimos realizar o transplante com êxito”, explica ela, lembrando que outro feito da sua equipe foi a semeadura de Magnólia, um feito bastante raro, pela dificuldade. “Já temos 500 mudas de Magnólia, para serem usadas nas praças e parques da cidade”, disse ela.
Fabiano Andreassa lembrou que as pessoas que precisarem de mudas de árvores, para suas casas, podem solicitar pelo telefone 3392-3619 ou pelo telefone direto da Secretaria do Meio Ambiente, 3291-5000.