20/10/2011
Últimas semanas para ver as baleias francas.
20/10/2011 Fonte: Gazeta do povo
Imbituba, SC - As brincadeiras dos filhotes de baleia franca nascidos no litoral de Santa Catarina durante a temporada 2011 ainda fazem a festa de dezenas de turistas que visitam Imbituba e Garopaba. Seja embarcado ou na areia, quem passa pelas praias da Guarda, Embaú, Siriú ou mesmo na principal de Garopaba pode ver os gigantinhos (de até 10 toneladas) com suas mamães gigantonas (acima de 50 toneladas) dando saltos ou apenas navegando próximos à costa. Mas é preciso se apressar: o período de observação das baleias francas termina na primeira quinzena de novembro. No último fim de semana, pelo menos dez animais foram avistados por um dos barcos que realizam o passeio de whale watching.
Desde julho, o Instituto Baleia Franca (IBF) contabilizou 173 animais diferentes – eles são identificados pelas calosidades na região da cabeça –, uma das melhores temporadas de acasalamento e procriaçao da espécie na região, desde que o IBF começou o trabalho de acompanhamento e monitoramento da espécie, há dez anos. O espetáculo leva centenas de turistas em busca de baleias em atividade na costa catarinense. No início da temporada, são os grupos de acasalamento que chamam a atenção: até seis machos para uma fêmea, com direito a acrobacias dos ‘rapazes’ na tentativa de conquistar a parceira. Animais de 60 toneladas dão piruetas, exibem caudas e fazem saltos que deixam os turistas calados diante da bela demonstração de força e agilidade.
Ao mesmo tempo, as futuras mamães se preparam para o parto. Elas vêm da Antártica, em uma viagem de 5 mil quilômetros, para parir no mesmo lugar onde foram fertilizadas, há um ano. “Cada gestação da baleia dura 12 meses. Elas chegam aqui com uma grossa camada de gordura e passam os três meses no inverno amamantando o filhote, sem comer nada, para então voltarem para casa juntos”, conta a bióloga Mônica Pontalti, coordenadora da área científica do IBF.
Atividade
Na etapa final da temporada, enquanto amamentam os bebês, as mamães baleias também ensinam à cria como sobreviver ao retorno para casa. Durante o monitoramento dos biólogos do IBF – e nas excursões dos turistas – é possível observar o comportamento dos animais na hora de aprender a respirar (a mãe empurra o filhote até a superfície), a própria amamentação e as brincadeiras de saltos e mergulhos.
O passeio demora cerca de duas horas. Antes de embarcar, todos assistem a uma rápida palestra sobre o comportamento dos animais. Ali a bióloga também explica as regras da observação: ao avistar a baleia, o barco pode chegar até a 100 metros e precisa desligar o motor. O resto, é com o bicho: dependendo do vento e do ânimo, a baleia pode chegar muito perto ou preferir fazer os malabarismos à distância. Interessante também é o comportamento dos passageiros: ao menor sinal de uma baleia, o silêncio é imediato. Todos se calam diante de um borrifo da respiração do animal, ou do seu canto, para contemplar e tentar registrar todos os movimentos. Dentro do barco, só os clics das máquinas são ouvidos durante o espetáculo.
Ao retornar ao cais, os passageiros já estão apaixonados por baleias francas, uma das receitas para manter a preservação de uma espécie que quase sucumbiu à extinção. “Conhecer mais sobre a natureza e seu ecossistema é uma das formas mais eficientes de convencer as pessoas a preservá-la. Vivemos no paraíso. Mas cuidar dele também dá muito trabalho”, explica Enrique Litman, um dos idealizadores do IBF e o introdutor da prática de whale watching em Santa Catarina.
Serviço:
Observação de baleias. Até a primeira quinzena de novembro. Embarcado: passeio de uma 1h30min, R$ 140 por pessoa (sábados, domingos e feriados) e R$ 90 por pessoa, de segunda a sexta-feira). Idade mínima de cinco anos, grupo mínimo de seis pessoas. Por terra: R$ 70 por pessoa, sem idade mínima. Grupo de pelo menos quatro pessoas. Informaçõesna Turismo Vida, Sol e Mar, fones (48) 3254-4199 e (48) 9981-0592 ou no site www.vidasolemar.com.br.
Instituto Baleia Franca, fones: (48) 3254-4198 e 3355-6111.
A jornalista viajou a convite da Turismo Vida, Sol e Mar e Secretaria de Turismo de Santa Catarina (Santur)