30-09-2011

Há aproximadamente 70 km de distância da região central do município de Campo Largo existe uma comunidade que viveu mais de 200 anos isolada e em condições precárias. Uma realidade que começa a mudar com investimentos do governo municipal, cerca de 30 famílias passam a contar com a oportunidade de se desenvolver econômica, profissional, social e culturalmente. Antigamente estas comunidades eram locais de refúgio dos escravos no Brasil, o mais famoso do país foi o Quilombo dos Palmares.
A Cozinha Comunitária é uma parceria entre a Prefeitura Municipal - por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Turismo - com a empresa Eletrosul, a Associação Comfomi (Associação Beneficente de Aposentados e funcionários do Banco do Brasil), a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) a Cocel (Companhia Campolarguense de Energia Elétrica) e a própria comunidade Quilombola. A estrutura construída no Quilombo Palmital dos Pretos, no Distrito Três Córregos, tem mais de 97 m2² e ainda não foi inaugurada, mas a população já começou a utilizá-la.
Na Quarta-feira (21) 15 mulheres iniciaram um curso ministrado pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). A capacitação inclui aulas de como produzir conservas, manejo de objetos e equipamentos, além de higiene na cozinha. “Este é o primeiro de muitos, o próximo é o de panificação”, contou o Secretário Municipal de Desenvolvimento Rural e Turismo, Lino Petry. Além do Senar, o Senac, a Emater e o Sebrae são parceiros na oferta de cursos. “Uma das prioridades é capacitar as mulheres quilombolas para a produção de alimentos”, afirma Petry.
O mesmo local também irá abrigar um tele centro, onde serão instalados 12 computadores com acesso a Internet via satélite. “Isso é uma coisa muito boa, porque lá existe uma grande dificuldade de comunicação, com a informática vamos solucionar este problema” - ressalta o secretário. Para Petry, as parcerias foram fundamentais para que o projeto se tornasse realidade: “é gratificante enquanto ser humano e como gestor público poder participar de um momento como esse, o projeto está melhorando a auto estima daquelas pessoas o que, consequentemente, trará uma melhora na qualidade de vida delas, a produção irá aumentar a renda familiar” - prevê.
Pensando na comercialização dos produtos da Cozinha Comunitária, a Prefeitura já está providenciando a participação da comunidade na Feira do Produtor, com uma barraca para a venda dos alimentos. Outra oportunidade também será a venda nos mercados institucionais por meio do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal). A inauguração da Cozinha Comunitária está prevista para o dia 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.