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Turismo

19-09-2011

Espírito Santo: Caldeirão de paisagens e sotaques.

Turismo

19-09-201Fonte: Gazeta do Povo

Vitória, ES - O cenário de mar e montanha pode confundir o visitante: seria o Rio de Janeiro? Mas a semelhança com a paisagem carioca para nas imagens de grandes morros e praias urbanas. A forte influência de imigração italiana e alemã dá um toque europeu no jeito e no sotaque do povo. Por outro lado, se a visita é à região norte do município, a semelhança é com os vizinhos baianos. A água quente do mar, as dunas e a carne de sol no cardápio levam à comparação.

Toda essa grande mistura de povos e tradições está presente em Vitória. A capital capixaba reúne contrastes, mas com harmonia. Com base econômica apoiada na movimentação portuária da capital e do porto de Tubarão, o turismo local é, principalmente, de eventos e negócios. Mas também há muito para curtir.

Formada por um arquipélago de 30 ilhas, a cidade tem 40% de sua extensão em aterros, ou seja, a maioria das praias é artificial. O que não é um problema: elas são lindas e próprias para banho.

A Praia de Camburi, central e uma das mais movimentadas, tem 9 quilômetros de muitas atividades na orla. Além dessa, a Praia do Aterro, do Canto, da Curva e da Jurema também são bem frequentadas. Em comum, todas têm como cenário o Morro do Moreno, com 274 metros de altura. Os capixabas são criativos na hora de se referirem ao cenário: o morro tem o contorno de uma gorila grávida deitada. Um pouco de imaginação pode ajudar a ver a imagem sugerida.

À mesa, o reconhecimento é mais instantâneo. Fartura e bom gosto levam o turista, facilmente, ao exagero. Os pratos típicos mais famosos são a moqueca e a torta capixabas. A primeira é feita com peixe, camarão e outros frutos do mar. "Nada de leite de coco ou dendê. Essa é a verdadeira moqueca!", dizem. Na torta, são usados bacalhau, palmito, frutos do mar, azeitona e carne de caranguejo e siri desfiadas.

Os restaurantes da Ilha das Caieiras, bairro da região da Grande São Pedro, noroeste de Vitória, são os mais recomendados para provar as especialidades. Por lá, nas ruelas estreitas com leves ladeiras, há um restaurante ao lado do outro, sempre movimentados nos fins de semana. Ainda assim é fácil encontrar as desfiadeiras nas calçadas - mulheres que trabalham preparando o siri para as cozinhas locais, como Vandete Conceição. "Faço isso desde os 10 anos de idade. Esse trabalho passa de geração para geração. Para ganhar R$ 25 tem que desfiar mais de 100 siris", conta.

Depois da ponte

Basta atravessar a Florentino Avidos, também chamada Cinco Pontes, para se ter acesso aos seis municípios da região metropolitana: Cariacica, Fundão, Gua­­rapari, Serra, Vila Velha e Viana.

A mais famosa é Vila Velha, a 5 quilômetros da capital. Além das praias mais tranquilas e distantes do agito dos portos, lá está um dos mais antigos e belos santuários do país, o Convento da Penha, de 1558. Encravado em uma rocha a 154 metros de altura, é possível vê-lo de todos os cantos da capital.

A devoção à Nossa Senhora da Penha é a maior expressão de religiosidade católica no Espírito Santo. Um dos movimentos mais representativos é a Romaria dos Homens, em que os fiéis caminham 14 km em direção ao Convento. A procissão reúne mais de 200 mil pessoas e hoje já é frequentada também por mulheres.

Lá de cima, depois de apreciar a primeira imagem religiosa a chegar ao Brasil, aproveite a paisagem. A Enseada de Suá e a Praia da Costa são lindas vistas lá de cima.

Espaço vai concentrar obras de arte e cultura

O complexo cultural Cais das Artes só vai ser aberto daqui a um ano. Mas, já é grande a expectativa sobre o potencial de sua representatividade na área cultural em Vitória.

A obra começou em abril de 2010. O espaço de 20 mil m² terá um teatro de 1,3 mil lugares, museu com cinco salas em desnível, espaço para bares e restaurantes, auditório para 174 pessoas, biblioteca de arte e uma praça que, além de ser usada para exposições, vai proporcionar boas reflexões ao contemplar a paisagem.

De acordo com o secretário de estado de cultura, Erlon José Paschoal, o foco do novo espaço é valorizar a riqueza cultural da cidade e do estado. Com o segmento de eventos em crescimento, o Espírito Santo precisa de um espaço para receber grandes mostras e exposições. "Será não só um lugar de visitação, como também de convivência cultural. Aqui, o visitante vai assistir a um espetáculo, e também apreciar muita arte e trocar ideias a respeito", disse.

Orçado em R$ 115 milhões, o Cais da Arte terá capacidade para receber 3 mil pessoas por dia.