20-07-2011
MP investiga danos ambientais causados por transporte de reator
20-07-2011 Fonte: Paraná Online
O Ministério Público do Estado instaurou um procedimento para averiguar os motivos pelos quais foi necessária a reabertura de uma estrada lateral ao Viaduto dos Padres na BR-277 e possíveis danos causados ao meio ambiente pela operação.
A estrada - que não era utilizada há cerca de 20 anos - precisou ser reaberta para a passagem de um reator de 480 toneladas, de propriedade da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras. O transporte da carga começou a ser realizado hoje pela manhã, saindo do Porto de Paranaguá com destino a Araucária.
Segundo informações encaminhadas por um denunciante ao MP, a abertura da estrada lateral estaria causando danos ambientais à região. De acordo com o promotor de Justiça do MP em Morretes, Almir Carreiro Jorge Santos, o órgão recebeu as informações e instaurou um procedimento conhecido como "notícia de fato" para investigar o assunto. Um fiscal também foi enviado ao local para avaliar se ocorreram danos ambientais e a regularidade da autorização da obra.
São cinco reatores que precisariam ser transportados desde o início do ano. Destes, três já teriam sido trazidos pela rodovia sem a necessidade da reabertura da estrada.
Segundo informações do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), responsável pela autorização ambiental para a operação, o peso excessivo da peça não possibilitaria a passagem por cima do viaduto, o único do Estado com dois pilares. A mudança diria respeito a uma alteração no equipamento utilizado para o transporte, que seria diferente do utilizado para os três primeiros reatores.
Ainda segundo o IAP, a autorização foi concedida porque a estrada que será utilizada para o transporte já existia e não há derrubada de árvores fora do trecho que será utilizado para transporte das peças, o que também não obrigaria a empresa transportadora à recuperação do meio ambiente.
A reportagem procurou a Petrobras e a transportadora Megatranz - responsável pelo transporte da peça - para comentar os motivos pelos quais foi necessária a reabertura da estrada e o procedimento de autorização, mas não recebeu retorno da solicitação.
Compensação
Para o diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges, os danos ambientais deveriam ser ressarcidos pela empresa.
Ele acredita que se a opção de reabrir a estrada foi tomada por ser menos custosa e rápida em relação ao reforço da estrutura do viaduto, os recursos que foram economizados pela empresa deveriam ser investidos na preservação do meio ambiente do Estado.
"Se a opção é pelo custo mais barato em troca de um passivo ambiental, é preciso uma compensação, que seria pegar o valor do custo da reforma do viaduto e aplicar em preservação ambiental", defendeu.