18-07-2011
Faltam pilotos, tripulantes e pessoal de manutenção no Brasil
18-07-2011 Fonte: Paraná Online
A popularização dos voos domésticos acarretou uma série de problemas. Um deles é a já muito discutida falta de estrutura aeroportuária e sucateamento dos aeroportos de todo o Brasil. Outro, no entanto, surgiu há pouco tempo com o aumento da frota das empresas aéreas. Faltam pilotos, tripulantes e pessoal de manutenção.
Uma das saídas encontradas pelas empresas é a contratação de pilotos aposentados da Força Aérea Brasileira (FAB). Porém, são poucos aptos a pilotar as aeronaves comerciais dado ao tipo de treinamento recebido.
O mercado então só tem uma saída: investir na formação de novas tripulações. Essa saída, no entanto, gera outra barreira a ser vencida: o custo para a formação de um piloto de carreira, que é muito alto, em torno de R$ 55 mil, até a contratação com copiloto de voos comerciais.
O salário é atrativo, pois um piloto iniciante ganha aproximadamente R$ 6 mil, dependendo da companhia que vai trabalhar. Já um comandante pode ganhar R$ 18 mil. A vantagem do trabalho, além de conhecer outras cidades, é de trabalhar 80 horas por mês.
Para quem optar pilotar um helicóptero, o mercado também com déficit de profissionais. O salário inicial para esta categoria é de R$ 9 mil para copiloto, já o piloto (comandante), pode ganhar R$ 24 mil ao mês.
O investimento, no entanto, é proporcional ao ganho. Enquanto um interessado em tirar o brevê (permissão para pilotar) para aeronaves desembolsa R$ 50 mil para o curso todo (150 horas de voo), o interessado em pilotar um modelo de helicóptero mais simples desembolsa R$ 100 mil, sem contar a redução de aproximadamente 10% nas horas de voo em relação ao piloto que faz para avião.
É importante ressaltar que cada modelo de helicóptero exige um curso diferenciado, o que pode onerar ainda mais o custo final. A hora de voo de um avião custa R$220, enquanto a de helicóptero sai por R$ 700.
Para os que não se sentem aptos a pilotar, ou têm medo de altura, outra profissão com falta de mão de obra é a dos mecânicos de aeronaves. Responsáveis por toda a manutenção dos aparelhos. Estes profissionais são indispensáveis para o funcionamento de qualquer companhia aérea.
Para poder realizar o sonho de infância, Ricardo Hoffmann entrou para o Corpo de Bombeiros Militar (CB). A intenção era eliminar o custo do curso de pilotagem de helicóptero. "Entrei para a corporação a fim de bancar o custo do curso, mas acabei me apaixonando pelo trabalho", revela Hoffman.
Hoffmann trabalha hoje como Relações Públicas do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer), e espera entrar para a escala de pilotos em breve. "Ainda estou fazendo o curso de piloto privado, mas em breve começo o curso de piloto comercial", adianta.
Mesmo sendo militar, Hoffmann necessita do curso de piloto comercial para operar o equipamento do Graer. "Por enquanto só participo dos voos como tripulante", comenta.
A falta de incentivos e subsídios por parte do Governo Federal é um dos problemas apontados pelo comandante Luiz Carlos Fernandes de Souza Filho para a falta de pilotos. O custo muito elevado do curso de pilotagem é um dos principais motivos que levam os interessados a desistirem da carreira. "Caso fossem oferecidas bolsas ou subsídios, tenho certeza de que aumentariam os interessados em seguir a carreira aeronáutica", destaca.
Quem tem o mesmo sonho de Hoffmann precisa ficar atento. Segundo o comandante Souza Filho, nem todas escolas possuem homologação e autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "É muito importante que o aluno ente no site da Anac e verifique se a escola tem autorização para funcionar", salienta.