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Política

Professor Galdino se diz vítima de complô

Professor Galdino se diz vítima de complô

16-12-2010

Pela primeira vez desde que denúncias contra o vereador Professor Galdino (PSDB) foram feitas por ex-funcionários do seu gabinete, o parlamentar, que andava sumido, subiu ontem na tribuna da Câmara de Vereadores de Curitiba para comentar o assunto.

Durante a última sessão plenária do ano, Galdino pediu desculpas aos colegas pelo comentário que ele teria feito de que era o único vereador da Casa "que não faz acordos na calada da noite, não é de conchavos nem de maracutaias". Galdino atribui o comentário a seu ex-assessor de imprensa, Marcus Vinícius Gomes, que teria divulgado a nota sem o conhecimento do parlamentar.

Em seguida, Galdino foi cumprimentar seu ex-colega de partido, o vereador Roberto Aciolli (PV), que se recusou a devolver o cumprimento e voltou as costas para o tucano, que teve que ouvir críticas de vários parlamentares por mais de uma hora.

"Não aceito as desculpas de Galdino, não é a primeira vez que ele tem uma atitude de arrependimento e em seguida repete os mesmos erros. E esses erros são ações que desrespeitam essa Casa de Leis. Hoje ele tem como álibi o ex-assessor, mas todos nós somos responsáveis pelos funcionários contratados", atacou Aciolli.

O vereador Emerson Prado (PSDB) ironizou ao dizer que quase foi às lágrimas ao ouvir o pedido de desculpas. "É muita demagogia. Perdoado e desculpado está, mas ninguém é dono da verdade aqui e o senhor não é melhor que ninguém. Todos somos iguais e merecemos respeito", discursou.

Convidado a dar explicações ao Conselho de Ética da Câmara, Galdino expôs sua versão sobre três processos que tramitam contra ele na Casa: de acusação de racismo contra uma ex-assessora; do uso de seu gabinete para campanha eleitoral e de acusações contra outros vereadores, por causa da nota dos conchavos e maracutaias.

"Não sou preconceituoso, se acusaram, vão ter que provar quando, como e onde foi", desafia Galdino, que se disse vítima de um complô. Galdino também negou que usasse seu gabinete para fins eleitorais.

O tempo maior na sessão do conselho foi usado para cobrar explicações de Galdino sobre as declarações contra os outros vereadores da Câmara. "Não falei, não escrevi, não mandei escrever nem enviei. As informações da nota são criminosas e o verdadeiro culpado deve ser punido. Os vereadores desta Casa são honestos e trabalhadores", defendeu-se Galdino.

As penalidades previstas pela Câmara para calúnias sem provas contra parlamentares prevê desde advertência em plenário, passando por suspensão temporária dos trabalhos legislativos, até cassação do mandato.

Galdino, que exonerou 36 servidores de seu gabinete em dois anos, tem que apresentar sua defesa por escrito ao Conselho de Ética até a próxima segunda-feira, dia em que o órgão da Casa vai ouvir o ex-assessor de imprensa do parlamentar. Uma acareação entre jornalista e vereador não está descartada.

Fonte: Banda B