Vivemos em um tempo em que a relação do ser humano com a natureza precisa ser repensada com urgência. O espaço em que habitamos não deve ser encarado apenas como um cenário para o nosso dia a dia, mas parte essencial da nossa sobrevivência, qualidade de vida e convivência enquanto sociedade. O meio ambiente, tanto fauna, flora e até mesmo os resíduos que produzimos, exige de nós responsabilidade e respeito.
Nesta semana, alguns acontecimentos chamam a atenção em Campo Largo e nos ajudam a refletir sobre essa necessidade de mudança de postura. O primeiro deles envolve o possível aparecimento de uma onça-parda na região de Itambezinho, que é um local rural. O animal, segundo relato, teria atacado uma ovelha. Isso nos relembra dos ambientalistas falando que a presença de espécies silvestres em áreas habitadas é reflexo direto da ocupação humana em espaços antes naturais. A onça não é uma inimiga, mas apenas segue seu instinto de sobrevivência.
Outro fato envolve cães comunitários que vivem no Terminal Urbano e que, em episódios recentes, atacaram pessoas, trazendo um problema sério e que precisa ser resolvido o quanto antes. Porém, ao olharmos mais de perto, percebemos que esses animais são vítimas do abandono, maus-tratos e da indiferença humana. E quando viramos as costas para os animais e para o meio ambiente, as consequências retornam para nós mesmos. O abandono não é apenas um ato cruel, é também uma forma de perpetuar problemas coletivos.
Se por um lado vemos conflitos, por outro encontramos exemplos inspiradores de transformação. É o caso do projeto Cata Arte, que neste ano mobilizou catadores e recicladores em oficinas criativas, transformando resíduos em peças de arte e decoração. O resultado vai muito além das obras expostas, promovendo dignidade, autoestima e geração de renda comprovando que aquilo que normalmente descartamos sem pensar pode ganhar novo significado, ajudando não só o meio ambiente, mas também o próprio ser humano.
Essa diferença de perspectivas, nos mostra o quanto nossas escolhas individuais e coletivas definem o futuro que queremos. É possível destruir ou preservar, ignorar ou cuidar, abandonar ou transformar. O cuidado com o espaço em que vivemos não deve ser encarado como obrigação imposta por leis ou campanhas, mas como algo natural na nossa vida. Respeitar os animais, zelar pelo lixo que produzimos, apoiar iniciativas sustentáveis e cobrar políticas públicas são atitudes que fortalecem a sociedade e garantem um ambiente mais seguro e equilibrado para todos.