Quinta-feira às 08 de Maio de 2025 às 11:56:56
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Enriquecimento ambiental e restrição a áreas de risco são essenciais para evitar fuga de animais domésticos

Enriquecimento ambiental e restrição a áreas de risco são essenciais para evitar fuga de animais domésticos

A fuga de animais domésticos é uma preocupação constante para tutores no Paraná. Em Curitiba, por exemplo, estima-se que existam cerca de 13,5 mil cães abandonados, representando aproximadamente 3% da população canina da cidade, segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Para auxiliar na busca por animais perdidos, diversas plataformas foram criadas. Grupos em redes sociais, como “ANIMAIS ACHADOS E PERDIDOS CURITIBA E REGIÃO” e “Cães e gatos achados e perdidos em Curitiba e Região Metropolitana”, desempenham um papel fundamental na divulgação de animais desaparecidos e encontrados. Além disso, clínicas veterinárias e ONGs também ajudam na identificação dos pets, especialmente quando possuem microchip.

A médica veterinária cirurgiã Lyana Costa alerta que pequenas ações podem evitar que um animal fuja de casa. “Os tutores precisam restringir o acesso a áreas de risco, principalmente portas e portões que dão acesso à rua. Momentos de entrada e saída de casa são os mais perigosos, porque os pets podem escapar rapidamente”, explica.

Além disso, barreiras físicas podem ajudar. “A instalação de telas ou cercas limitadoras no portão pode impedir que o animal consiga sair sozinho. É importante adaptar essas barreiras ao porte e às habilidades do pet”, acrescenta.

Outra dica essencial é o enriquecimento ambiental. “Animais que se sentem entediados têm mais chances de tentar fugir. O tutor deve oferecer brinquedos interativos e atividades que estimulem o pet mental e fisicamente. Assim, ele fica mais equilibrado e menos propenso a buscar aventuras fora de casa”, destaca a especialista.

Lyana também enfatiza que como o animal é conduzido nos passeios influencia na segurança. “O ideal é que o pet use três equipamentos: peitoral, coleira de identificação e guia. Muitas pessoas usam apenas a coleira, mas isso é perigoso, pois o animal pode se soltar facilmente”, afirma.

Outro erro comum é o uso inadequado do peitoral. “Muitos tutores têm receio de apertá-lo corretamente, achando que pode machucar ou esquentar o pet. Porém, quando o peitoral fica frouxo, o cão consegue escapar. Existem modelos ajustáveis e confortáveis, então é fundamental escolher um que se adapte ao seu animal”, orienta.

A coleira de identificação, por sua vez, é indispensável. “Se o animal fugir, a coleira é a primeira forma de identificação. Ela deve conter o nome do pet e telefone do tutor. Hoje, também existem modelos com QR Code, que permitem que qualquer pessoa escaneie e tenha acesso aos dados do animal”, diz a veterinária.

Caso um pet escape, a primeira reação do tutor geralmente é correr atrás e gritar seu nome. No entanto, isso pode piorar a situação. “Quando corremos atrás de um cão e gritamos, ele pode entender isso como um sinal de perseguição e correr ainda mais. O ideal é agir com calma e tentar atraí-lo de maneira positiva”, orienta Lyana.

Uma das técnicas recomendadas é o uso de estímulos sonoros e alimentares. “Brinquedos que fazem barulho, como os que têm apito, podem chamar a atenção do animal. Outra estratégia é sacudir um pacote de petiscos ou ração para que ele associe o barulho a algo positivo e volte espontaneamente”, sugere.

Caso o animal esteja correndo em uma rua movimentada, é importante que outras pessoas ajudem a controlar o trânsito. “Se houver alguém por perto, peça para que sinalize aos motoristas para reduzir a velocidade, enquanto você tenta atrair o pet de volta com um estímulo seguro”, orienta a veterinária.

Se o animal for resgatado, é fundamental não repreendê-lo. “Se o tutor brigar com o pet depois da fuga, ele pode associar o retorno a algo negativo. Na próxima vez, pode hesitar em voltar. O correto é sempre recompensar o retorno, para que ele entenda que voltar para o tutor é algo bom”, finaliza Lyana.