Cinco Áreas de Proteção Ambiental (APAs) situadas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) terão novos planos de manejo até o fim de 2025. Os documentos estão sendo construídos em oficinas participativas, nas quais moradores e representantes de diversas instituições, incluindo nove prefeituras e associações de moradores, discutem os desafios e oportunidades ligados aos usos possíveis de territórios onde estão os rios Pequeno, Verde, Iraí, Passaúna e Piraquara e seus afluentes. A atividade é conduzida por profissionais da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Instituto Água e Terra (IAT) e a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (AMEP).
O diretor de Meio Ambiente da Sanepar, Julio Gonchorosky, conta que todas as cinco APAs ficam dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Iguaçu e contribuem para o abastecimento de uma população estimada em mais de três milhões de pessoas - apenas considerando cidades ligadas ao Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba (SAIC), sendo que 87% da água do SAIC é captada nessas APAs.
Ele explica que a APA é uma categoria de unidade de conservação, definida como uma das que mais permite ações em seu interior, podendo existir habitação, comércio, agricultura e até indústrias. “Com os planos de manejo, os municípios podem planejar seu desenvolvimento, suas áreas de ocupação e também quais são as atividades que podem ocorrer dentro dessas APAs, contribuindo para os cuidados com os mananciais, que, no caso da Região de Curitiba, são fundamentais para o abastecimento público. É preciso que tudo isso seja discutido pela sociedade e esteja muito claro para todos”, diz.
Campo Largo tem papel importante nesse processo, por abrigar parte das APAs Passaúna e Verde, áreas de grande relevância ambiental. Além de Campo Largo, também estão localizados no território os municípios de Almirante Tamandaré (APA Passaúna), Araucária (APAs Passaúna e Verde), Colombo (APA Iraí), Curitiba (APA Passaúna), Pinhais (APA Iraí), Piraquara (APAs Iraí e Piraquara), São José dos Pinhais (APA Pequeno) e Quatro Barras (APA Iraí). No entanto, a preservação dos recursos hídricos dessas APAs está diretamente ligada às possibilidades atuais e futuras de abastecimento da capital e de muitos dos municípios do entorno.
Segundo os estudos do Plano Diretor da Sanepar, a estimativa, até 2040, é a de que a população de Curitiba e RMC chegue a quatro milhões e 100 mil habitantes. “Fornecer, diariamente, água com qualidade e quantidade suficiente para cada uma destas pessoas é um desafio que exige planejamento, gestão e visão. Cuidar dos mananciais faz parte de vencer esse desafio”, afirma o diretor.
Os planos de manejo das APAs da Região Metropolitana de Curitiba definirão novos zoneamentos que organizam o uso das áreas, com foco na conservação dos mananciais. A Sanepar, junto a outras instituições, conduz oficinas participativas até agosto com moradores e prefeituras, permitindo que as comunidades diretamente impactadas contribuam com a construção dessas regras. Após finalizados, os planos se tornarão leis, garantindo o uso sustentável dos territórios. Essa abordagem participativa fortalece o ordenamento ambiental e amplia a segurança hídrica, segundo técnicos do Instituto Água e Terra (IAT).
Geral
Moradores e instituições de cidades da RMC discutem manejo em áreas de proteção ambiental
