Domingo às 13 de Julho de 2025 às 04:37:22
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Técnica de enfermagem salva bebê que nasceu em parto pélvico em Bateias

Técnica de enfermagem salva bebê que nasceu em parto pélvico em Bateias

Na madrugada da última quarta-feira (12), uma situação inesperada e que necessitou de uma intervenção rápida, transformou a noite dos moradores da região do distrito de Bateias. A pequena Helena decidiu vir ao mundo de uma maneira não muito convencional, em um parto pélvico, que apresenta grande risco ao bebê e à mãe. Os momentos de adrenalina se transformaram em uma história de milagre, também pelas mãos da técnica de enfermagem Alini Dalla Stella. 

Ela, que trabalha no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e tem mais dois empregos, contou em entrevista à Folha de Campo Largo que estava em casa, após passar por noites de plantão e estava bastante cansada, após ter trabalhado por longas horas. Perto das 00h30, seu pai a chamou, contando que uma jovem moça, de aproximadamente 20 anos, estava dando à luz e precisava de ajuda, pois era um parto complicado. “Quando ouvi que havia saído as perninhas da bebê eu corri tão rápido que acho que cheguei em cinco segundos na casa da família. Na hora eu soube que era um parto pélvico, e este tipo de parto é bastante arriscado.”

Ao chegar no local, Alini viu a bebê com um braço e a cabeça ainda presos, já desfalecida. “Naquele momento eu contei com a ajuda do meu pai, que também é socorrista, e nós pedimos para que a mãe empurrasse novamente. Eu lembro que eu rezava muito e organizava meus pensamentos de uma maneira muito rápida, não consigo explicar. Como trabalho no Samu, nós já realizamos muitos partos, porém, o parto pélvico é a primeira vez que acontece. Eu só me concentrava em tirar logo a Helena e reanimá-la”, relembra.
A bebê saiu completamente, mas estava sem sinais vitais, com a pele arroxeada e sem respiração. Imediatamente, Alini iniciou os procedimentos para reanimar a bebê recém-nascida, mas depois de oito a dez minutos veio a primeira reação, indicando que Helena também estava lutando por sua vida. “Eu lembro que eu falava com ela, a chamava enquanto fazíamos os procedimentos. Em seguida ela chorou e foi um grande alívio, porque ela estava viva. Foi vivenciar um verdadeiro milagre”, relata. 

Logo em seguida, a ambulância do Samu chegou, com os materiais da ambulância e a ajuda da equipe (Juliana e Serginho), foi possível finalizar procedimento de parto. “Eles foram para o hospital e eu fiquei com a adrenalina correndo no meu corpo a noite toda. Não consegui dormir mais, só pensando no que havia acontecido, no milagre que eu tinha presenciado”, finaliza.

Parto pélvico
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o parto pélvico, quando o bebê se posiciona com as pernas ou os pés para baixo, ocorre em cerca de 3% das gestações. Embora seja uma condição rara, o parto pélvico traz riscos, principalmente durante o nascimento vaginal. Isso acontece porque o corpo do bebê pode se desprender de forma mais lenta, e o maior diâmetro da cabeça é o último a sair, o que pode aumentar as chances de complicações, como o risco de lesões ou até morte da criança. Em alguns casos, é necessário o uso de técnicas específicas para ajudar a liberar diferentes partes do corpo do bebê durante o parto, o que exige grande habilidade dos profissionais de saúde.

Hoje em dia, as cesáreas, tanto as programadas quanto as de urgência, são frequentes em casos de parto pélvico, tornando o parto vaginal uma exceção.