Adotar um animal de estimação é uma atitude muito bonita e que pode levar alegria às famílias. Contudo, essa é também uma decisão que requer preparação e responsabilidade, um compromisso que exigirá carinho, espaço e planejamento financeiro.
Por tudo isso, é importante que as pessoas interessadas avaliem muito bem sua condição antes de levar um bichinho para suas casas e um caso recente registrado em Campo Largo serve para demonstrar isso.
No dia 9 de fevereiro, pessoas que foram à Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) presenciaram uma cadela que estava no local. Com lesões na pele, ela aparentava estar abandonada e os próprios funcionários da UPA entraram em contato com o Departamento de Proteção Animal, vinculado a Secretária Municipal de Meio Ambiente (SMMA).
A equipe responsável pelo resgate constatou que a cachorra estava com um escore corporal abaixo da ideal, o que significa uma aparência de magreza, além de pontos na região abdominal, algo característico de castração.
Desta forma, o animal foi submetido a uma leitura por scanner, o que resultou na descoberta de um microchip. Implantados durante o processo cirúrgico para a castração, esses chips ficam sob a pele do gato ou cachorro, geralmente na região do pescoço e contam com uma identificação única, permitindo assim que seus tutores possam ser encontrados.
Como Campo Largo faz parte de um sistema de cadastro de animais que abrange toda a América Latina, uma rápida pesquisa permitiu que os fiscais da SMMA identificassem o responsável pela cadela, um morador da cidade de Araucária e que havia participado de um mutirão de castração em Curitiba. Posteriormente ele deu seu bicho de estimação para um casal de Campo Largo, que infelizmente o perdeu/abandonou.

Mutirões e microchipagem
O caso da cadelinha Nutella — como foi carinhosamente chamada pelos profissionais responsáveis pelo seu cuidado — é emblemático, pois reforça a importância dos gatos e cachorros receberem os microchips.
Foi devido à castração e microchipagem que a SMMA pôde identificar a origem da cachorra, entrando em contato com o seu tutor original e o responsabilizando. Na sequência, ele se comprometeu a ficar novamente com o animal.
Em Campo Largo, desde 2019 existe uma rede de proteção aos animais, com a publicação da Lei Municipal nº 3154. Parte dessa rede se dá por meio da realização de mutirões de castrações, que só em 2024 atendeu mais de mil gatos e cachorros.
“Além de receberem os microchips de identificação, os animais submetidos ao procedimento de castração entram para o programa de controle populacional, já que após a cirurgia perdem a capacidade de se reproduzirem,” explicou a diretora do Departamento de Proteção Animal, Jaqueline Chibicheski. “Eles também passam a contar com um menor risco do surgimento de doenças como câncer e infecções uterinas; e em alguns casos deixam de exibir comportamentos indesejados, como a agressividade associada ao instinto de reprodução.”

Denuncie
Se você conhece algum animal que foi abandonado ou recebe maus tratos, colabore denunciando. Isso pode ser feito pelos telefones 156, 181 ou 197 ou diretamente no site da Prefeitura de Campo Largo.