As chuvas registradas em 17 e 18 de janeiro entrarão para a história da cidade, no que diz respeito a desastres naturais.
As chuvas registradas em 17 e 18 de janeiro entrarão para a história da cidade, no que diz respeito a desastres naturais. Foram vários bairros atingidos pelas chuvas, ainda que rápidas, mas suficientes para encher rios, invadir residências e provocar deslizamentos de terra. A Defesa Civil de Campo Largo registrou – até o fechamento desta matéria às 11h do dia 18 – 40 famílias afetadas e 11 pontos de deslizamento.
A ocorrência foi registrada no Formulário de Informações de Desastres (FIDE) do Sistema Nacional da Defesa Civil sob o nº 22/2023. Em Campo Largo, somente nesta quarta-feira choveu 69,00 mm em 30 minutos. A quantidade média de chuva prevista para o mês de janeiro inteiro no município é de 180 milímetros.
Segundo informações da Defesa Civil, no dia 17 (terça-feira), foram 20 famílias atingidas pelas chuvas que duraram cerca de 30 minutos, cujo atendimento foi realizado no dia seguinte. A Folha conversou com algumas famílias atingidas que relataram perder todos os móveis da casa. Gabriela Pacheco, em entrevista à Folha, disse que dentro da casa de sua mãe a água chegou a atingir a altura da mesa – medida padrão de 75 cm. “Foi muita água, cerca de 25 minutos de chuva intensa. Nós perdemos praticamente tudo, pois é água do rio que subiu, entrou, então é água suja. Uma vizinha perdeu todas as coisinhas do bebê dela, um menino, que tem 15 dias. Fraldas e itens de higiene dele foram todos perdidos.”
Agora a família pede ajuda, também para os vizinhos. Necessitam de fraldas P e XG, produtos de limpeza, roupas, cobertores e colchões, podendo ser feitas diretamente na Rua José Ney Manfron, número 86, no Jardim Social, com a Maria ou Aline. Informações para contato pelo (41) 98826-1921 (Maria), (41) 9993-1873 (Aline).
Desta mesma região do Jardim Social, a leitora Selma Machado enviou um vídeo que mostrava um homem com água acima da cintura, registrado na terça-feira. Ela contou à Redação que foi necessário que um vizinho quebrasse o muro para ajudar a escoar a água do terreno.
Na região do bairro Ferrari, Jonathan Grochewiski também registrou em sua casa um alagamento nos dois dias. Segundo ele, o problema acontece há cerca de 30 anos, mas providências não são tomadas para evitar. “Já fazia uns seis anos que isso não acontecia. Isso acontece porque falta manilhamento na rua de trás. Eles chegaram a vir fazer visita, mas falaram que tinha que conversar com uma empresa que fica nos fundos. Como não aconteceu mais, acredito que caiu no esquecimento, mas agora com as chuvas, o problema reapareceu”, explica.
A partir das 17 horas desta quarta-feira (18), iniciaram então os chamados à Defesa Civil por pedido de ajuda. Conforme informações repassadas pelo diretor do departamento, Maicon de Lima Soares, os primeiros chamados foram realizados pelos moradores do bairro Jardim Rondinha. “Foram constatados cinco deslizamentos de terra com queda de muro e mais de 15 famílias atingidas por inundação.”
Após às 20h30, segundo a Defesa Civil, foi realizado o deslocamento para o bairro Ferraria, onde foram constatadas cinco famílias atingidas por uma enxurrada, e ocorreu seis pontos de deslizamento na Rua Mato Grosso. Nesta quinta-feira (19), a Defesa Civil continuou os trabalhos com as famílias afetadas pelos desastres.
Prefeito se pronuncia
O prefeito Maurício Rivabem publicou em suas redes sociais um vídeo se pronunciando sobre as chuvas e as famílias atingidas. “Infelizmente choveu em 30 minutos o que estava previsto para chover o mês inteiro. As equipes estão trabalhando para atender na medida do possível todos os que tiveram prejuízo. Já estamos buscando parcerias para minimizar estes estragos e prejuízos sofridos pela população”, finaliza.
A Prefeitura comunicou que doações para as famílias podem ser feitas no antigo complexo da Legrand, que fica na Rua João Stukas, 3312, no Botiatuva, das 8h às 12h e das 13h às 17h, de segunda a sexta-feira.