Além do vice-presidente Geraldo Alckmin, a reunião teve a participação do secretário Ricardo Barros, governador Ratinho Junior (por telefone) e autoridades
A convite de Ricardo Barros, secretário de Indústria, Comércio e Serviços do Estado do Paraná, o campo-larguense Christiano Souto Puppi assumiu nesta segunda-feira (16) o cargo de diretor geral da pasta. No dia seguinte já foi a Brasília para uma importante reunião com o Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Christiano tem uma relação muito próxima com Ricardo Barros, novo secretário, por quem ele tem uma grande admiração. “É alguém que eu aprendo todo dia, que tem uma experiência como líder de governo, ministro, tem portas abertas em todo o Brasil e de grande conhecimento”, completa. Comenta que Ricardo Barros teve o aval do governador Ratinho Junior, pois viu em Christiano um profissional que pode somar na Secretaria na parte política e técnica pelo seu currículo, experiência profissional e por estar atrelado a uma área que já tinha exercido importante função em Campo Largo.
Cabe a ele o papel de fazer uma interlocução dos empresários com o governo e, ao lado do secretário, fazer a gestão da pasta, com nomeações, exonerações, contratações de equipamentos e processos licitatórios, por exemplo.
O prefeito Mauricio Rivabem parabenizou Christiano na rede social: “Em Brasília, como primeiro campo-larguense a trabalhar no Planalto ao lado de um presidente, você brilhou! Orgulho para nossa cidade, assumiu a pasta mais importante para o esporte nacional e se destacou novamente, deixando sua marca com leis e avanços esperados para a área.
Agora mais um desafio, junto ao governo do estado e ao secretário Ricardo Barros, em uma importante pasta que você conhece muito bem, indústria e comércio. Nesta mesma pasta, junto com nossa equipe, nosso grupo, muito pode ser feito pela sua querida cidade natal, e agora, sei que irá fazer muito mais! Parabéns, muito sucesso, estamos juntos torcendo e levando o nome de nossa cidade cada vez mais alto. E Viva Campo Largo!”.
Sobre a experiência enquanto secretário municipal, Christiano destacou que a função é parecida. “Muda de proporção, mas não muda de importância e de relevância. Estrutura basicamente é a mesma. Tudo que fizemos no plano ‘Em frente Campo Largo’ precisamos agora desenvolver a nível macro no Estado, porque toda política pública de desenvolvimento industrial e comercial também está atrelada a posições de outras secretarias. Precisamos ver a vida pública de modo transversal e não fechada em caixinhas. Temos que envolver municípios, Estado e Governo Federal. Não se faz desenvolvimento econômico fechado dentro de uma Secretaria, mas ouvindo as cidades e replicando no Estado. Toda medida de educação ou de saúde, por exemplo, impacta na indústria, comércio e crescimento do município. Toda medida da
Fazenda do Estado repercute na indústria e comércio. É algo bem bacana que precisa ter esta consciência macro do Estado para que a gente consiga articular”, explica.
Ele destaca que a importância da Secretaria é o relacionamento, para poder entender o que cada empresário sente na pele. Explica que o Estado tem incentivos próprios como a Fomento Paraná, atração de investimentos através da Invest, mas a necessidade é fazer toda a interlocução com o capital político, estrutura administrativa e poder econômico, para que o empresário seja acolhido.
Essa Secretaria voltou a ficar ativa neste ano, até então parte de sua função era da Casa Civil, parte da Secretaria da Fazenda, com diferentes nomenclaturas. Agora o assunto fica centralizado e então agregam com outras pastas conforme a demanda. O agente público, segundo ele, tem uma missão com princípio básico de saber ouvir. “O homem público que não sabe ouvir vai fazer errado porque não entende o contexto geral. E aquele que só ouve e não faz vira um incompetente na sua essência”, argumenta, dizendo estar de portas abertas para todos, em uma Secretaria que terá uma estrutura enxuta e eficiente.
Gás natural: questão a ser resolvida pelo Estado
Uma forte demanda do setor industrial é reduzir o custo do gás natural. Christiano enfatiza que essa é uma das principais pautas que já estão sendo discutidas, inclusive foi assunto na reunião com o Geraldo Alckmin. Disse que já começaram a analisar a situação, estão recebendo as demandas e tentarão trabalhar dentro do Estado para que tenha uma equidade na disputa do gás, como uma diferente regulamentação. “Vamos fazer possível para que o gás no Paraná seja cada vez mais competitivo e essa distorção seja minorada”, frisou, detalhando que é uma questão que para ser resolvida precisa do envolvimento da Assembleia Legislativa do Paraná, do Governo e do Judiciário. Precisam entrar em um consenso para melhorar a competitividade no setor e que este não seja um impeditivo na concorrência com outros estados, como Santa Catarina e São Paulo que têm outras legislações.
O problema do gás não é de Campo Largo ou do Paraná, é mundial, principalmente com a guerra da Rússia e Ucrânia, conforme ele explica. “Preço aumentou muito e algumas travas que tínhamos aqui tornaram-se muito difíceis para sustentação dos empresários, ficou muito oneroso. Vem de algum tempo, mas com a guerra aumentou muito. Um problema sério. Debatemos com o Alckmin sobre outras alternativas e esta é também uma preocupação do governo federal. Fiquei feliz que ele está bem inteirado e interessado no assunto”, ressaltou.
Reunião com o vice-presidente
A aproximação com o Governo Federal passa a ser não só importante, mas necessária, segundo Christiano. Detalhou que o vice-presidente Geraldo Alckmin tem uma postura republicana de receber os secretários para debater questões macros do país, questões industriais que estão em voga e se propôs a estudar os casos apresentados, sendo muito receptivo e aberto ao diálogo. Além do secretário Ricardo Barros e autoridades ligadas ao setor, o governador Ratinho Junior participou da reunião por telefone.
Mais do que ser vice-presidente, acumula a função de ministro e será alguém com quem o campo-larguense terá um relacionamento muito próximo. “O crescimento do Paraná é o crescimento do Brasil e o crescimento do Brasil é também o crescimento do Paraná”, frisou. Discutiram sobre alguns incentivos do Governo Federal, alguns suportes que estavam em andamento atrelado ao setor industrial e precisam ser revistos, infraestrutura logística, continuidade de políticas publicas de escoamento de cargas entre tantos outros temas importantes ao Paraná e Brasil, em uma conversa que durou cerca de quatro horas.
Durante a reunião, um assunto em destaque foi o pedido do Governo do Paraná para manutenção do decreto 11.323/2022, o qual regulamenta a prorrogação dos incentivos fiscais à indústria de semicondutores até 2026, previstos na lei 14.302/2022, que criou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis). Os semicondutores são matéria-prima para a produção de chips usados em veículos e diversos aparelhos eletrônicos - como smartphones, videogames e computadores – e estão escassos em todo o mundo.