Uma das reclamações é quanto à situação das ruas para tráfego na região da Ema Tanner, pela quantidade de buracos formados
“A sensação que dá é que as obras ficaram pela metade. Acredito que seria melhor fazer cada trecho de uma vez”, desabafa um morador da região da Rua Ema Taner à Redação da Folha de Campo Largo. Ele descreve que no início das obras foram feitos manilhamentos em um lado da rua, no que seguia sentido bairro, e que hoje está interditado, restando apenas o lado sentido Centro.
Durante este período de manilhamento, algumas quadras da rua precisaram ficar interditadas, o que na época também causou preocupação aos comerciantes do local. As obras iniciaram efetivamente em outubro de 2022 e têm um prazo de finalização de 360 dias, conforme contrato.
Além do bloqueio de uma das pistas, ele cita que o trecho que leva à atual rotatória e à nova Avenida Marcelo Puppi (antiga 277), hoje está apenas com pedrisco. Com o uso da pista por muitos veículos, inclusive pesados como caminhões e ônibus, e o clima mais propenso para as chuvas, o aparecimento de buracos é constante. Ainda, há motoristas que insistem em trafegar na contramão, utilizando curtos espaços como refúgio.
“Entendo que a obra leva um tempo para acontecer, que alguns transtornos são inevitáveis, mas acredito que poderiam dar uma atenção maior, porque penso que neste momento muitos ainda não retornaram a sua rotina normal, porém, a tendência é que um trânsito maior inicie nesta região em breve e seremos nós que iremos conviver com ele”, completa o morador.
Secretário explica
A Folha de Campo Largo conversou com o secretário responsável pela pasta de Desenvolvimento Urbano, Fernando Galarza, que pontuou que a obra está sendo cumprida dentro do prazo, entende e recebe algumas reclamações e angústias de moradores da região, mas pede compreensão e paciência da população.
“A Ema Tanner é um projeto antigo, feito com recursos vindos do Estado, que também realiza medições do avanço do trabalho com frequência. Portanto, é a Prefeitura e o Estado do Paraná que realizam essa supervisão. Para este projeto, são duas empresas licitadas e responsáveis. A primeira, no Lote 01, é responsável pela reurbanização das Ruas Engenheiro Tourinho e Avenida Desembargador Clotário Portugal; Marginal Direita e intersecção com Avenida Prefeito Marcelo Puppi (antes BR-277 Pista Sul), com valor de R$ 7.472.116,60. É o contrato 173/2022 - Venturi e Zen Ltda, disponível para ser visualizado no portal da transparência do município.”
Já o Lote 02 tem como empresa licitada a Betacem Construções e Empreendimentos, que é responsável pela implantação do Binário nas Ruas Ema Tanner de Andrade, Bernardo Fedalto e João Drugik (Maria Bertoja Rivabem); reurbanização da Rua Luiz Fedalto, Marginal Esquerda e intersecção com Av. Prefeito Marcelo Puppi (BR-277 Pista Sul). O contrato é o 174/2022, também disponível no portal da transparência e com o valor de R$ 8.448.689,92.
“Essa é a maior obra que o município de Campo Largo já realizou. Vale salientar que com a vinda da antiga 277 para a cidade, a municipalização e transformação em uma avenida, nós tivemos que modificar algumas decisões do projeto, visando melhorar o fluxo do trânsito nesta região, projeto este que devemos receber até o final do mês. Estima-se que milhares de famílias, indústrias e comércios serão beneficiados com essas obras, o que deve valorizar ainda mais o entorno”, ressalta.
O secretário explica que se fosse possível observar a obra do alto, os avanços realizados seriam notórios, pois neste momento o esforço maior se concentra na etapa das galerias, drenagem e na execução de uma boa fundação, da base e da sub-base, que se estende para a Rua Engenheiro Tourinho também. Fernando menciona que há alguns anos aquela é uma região que sofre com alagamentos e a intenção é prevenir e garantir que o asfalto seja de qualidade, pensando em um longo prazo, retirando a umidade das pistas para evitar o aparecimento dos buracos. Diz ainda que neste momento a obra é mais mecanizada e técnica, mas que em breve será possível observar melhor o que tem sido feito.
Além disso, uma exigência é que sempre estejam presentes os avisos, placas, sinalizações de desvios e obras, para que o motorista possa ser guiado da melhor forma possível.
“Entre Natal e Ano Novo é natural que as empresas parem, tanto pela questão do feriado em si, como pela escassez de matéria-prima neste período do ano. As obras já foram retomadas e uma nova medição está prevista para os próximos dias”, explica. As medições são essenciais para que os órgãos acompanhem o andamento das obras e também efetuem os pagamentos, que vão sendo realizados conforme os feitos pelas empresas contratadas, segundo contrato.
Próximas etapas
Fernando comenta que a Prefeitura mantem uma boa relação com as empresas e sempre é frisado para que mantenham a acessibilidade às residências e estabelecimentos comerciais da região. “Ainda temos muitas etapas a serem realizadas ao longo de 2023, que contemplam o asfaltamento, construção de calçadas, iluminação, visagismo, acessibilidade para então a inauguração. Sei que os transtornos são bastante incômodos, mas é como fazer uma obra dentro de casa, em que o pensamento está nos benefícios futuros. Junto com a secretaria de Comunicação Social de Campo Largo, bem como com o apoio da imprensa, buscamos sempre deixar sinalizada a etapa da obra e manter a comunicação com o cidadão, para que ele seja avisado das intervenções necessárias. Ainda teremos algumas etapas que precisarão da compreensão de todos no futuro”, comenta.
Ele frisa que todo o trabalho tem dependência das condições climáticas, mas assim que for avançando, serão necessárias algumas intervenções maiores. “Conforme formos nos aproximando da Ema Taner em si, chegará um momento em que precisaremos trancar a rua para que possa ser feito tudo de uma vez só, pois são é possível trabalhar em trechos menores. Todos serão orientados quanto a desvios, mas precisamos ter em mente que este segundo viaduto provavelmente se torne a principal entrada da cidade, então a atenção dada a este projeto e obra é para conseguir suprimir o trânsito de milhares de veículos que devem passar nesta região diariamente”, relata.
Por conta desta obra, foram sentidas a necessidade de realização de estudos na região das travessias próximo ao Supermercado Pangrácio/Nichelli, no Ouro Verde e também na rotatória da Móveis Campo Largo, no Bom Jesus. “Essa é uma região onde o próprio plano diretor prevê construções de prédios, shoppings, com grandes oportunidades. Nossa intenção é que ali se desenvolva bastante também no setor empresarial, com serviços e empreendimentos, pois já existe essa especulação”, revela.
“A reforma é sempre para algo melhor. Esse projeto é extremamente complexo, temos reajustes para serem tratados com a Cocel e Sanepar, envolve todo um entorno que precisa ser muito bem planejado para que resulte em bons frutos no futuro. Ressalto que a Prefeitura está sempre aberta a diálogo e à disposição para tirar dúvidas dos cidadãos“, finaliza.