Sabado às 23 de Novembro de 2024 às 04:15:22
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Campo Largo recebe Dia de Campo da Embrapa com lançamento de nova variedade de batata orgânica

Evento aconteceu no final de novembro e reuniu pessoas de diversas cidades da RMC e do Sul do país. A novidade deve estar disponível para consumo, segundo previsões, no segundo semestre de 2023.

Campo Largo recebe Dia de Campo da Embrapa com lançamento de nova variedade de batata orgânica

A Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e a Embrapa Hortaliças (Brasilia, DF), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), promoveram um Dia de Campo aqui no município, para lançamento de uma nova cultivar de batata chamada BRS F50 (Cecília), pelo Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa.

O evento foi no dia 30 de novembro e contou com 74 pessoas que vieram de diversas cidades como Campo Magro, Quitandinha, Adrianópolis, São Mateus do Sul, Curitiba, Campo Largo, Canoinhas (SC), Lapa, São José dos Pinhais, Pelotas (RS), Ponta Grossa, Araucária,  Londrina, Almirante Tamandaré e Piraquara. Todos puderam ver a nova batata, seu tamanho e características, comparando uma colheita de 60 e outra de 90 dias e atestando seu bom desenvolvimento. 

O Dia de Campo aconteceu na Colônia Figueiredo, no distrito Ferraria, em Campo Largo, mais precisamente na propriedade de Leonardo Kmiecik que é produtor orgânico de hortifruti com mais de 40 anos no campo, participa de feiras em Curitiba e também é parceiro de pesquisas da Embrapa. Seu Leonardo, inclusive, fez um depoimento trazendo a experiência, pois foi um dos primeiros a receber sementes da batata Cecília para cultivar e agora vai multiplicar a produção na propriedade. Ele cultiva 4 tipos de batata em uma área de, aproximadamente, 5 mil metros quadrados.

A recepção e as apresentações da pesquisa e da nova variedade foram feitas por: Vanderlei Sergio Perez (do IDR-PR), Antônio Bortoletto (da Embrapa Canoinhas), Arione Pereira (da Embrapa Pelotas) e André Miguel (coordenador estadual do Programa de Agroecologia da EMATER-PR). Além deles, estavam presentes mais representantes da Embrapa, da Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER-PR) e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná.

Antônio Bortoletto e Arione Pereira destacaram os processos do desenvolvimento desta nova variedade, explicando que este lançamento nacional marca a existência da semente e do produto, mas ainda em fase preliminar. “Agora vem a parte burocrática da legislação, para depois lançarmos a batata Cecília comercialmente. Seguimos o trâmite de apresentação dela ao mercado e ao produtor, com estimativa de que a variedade seja acessível ao consumidor do Rio Grande do Sul até o Nordeste”, comentou Antônio Bortoletto. 

Já Arione Pereira destacou: “cada vez que importamos sementes corremos o risco de trazer doenças para o país, então nosso trabalho é evitar isso e fortalecer o produto interno. Estamos desenvolvendo aqui, com tecnologia própria, uma variedade para uso na culinária e que é um alimento muito versátil”. E André Miguel, da EMATER, ressaltou “a importância do suporte da pesquisa e de fazer o conhecimento da pesquisa chegar no campo”.

Oferta de sementes

A Cecília foi testada em várias regiões produtoras do Brasil e as equipes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Embrapa que ficam em Canoinhas, Pelotas e no Paraná trabalham conjuntamente no desenvolvimento da cultivar BRS F50. Os próximos passos agora são multiplicar a variedade, tanto no laboratório quanto no campo. 

Dois produtores já foram licenciados para a produção e comercialização de sementes da nova variedade. Um deles é Estefano Dranka, aqui do município, quem reproduz o tubérculo mais rápido em laboratório, e sem doença, para agilizar para o produtor o cultivo no campo. Interessados na aquisição de sementes para a produção comercial de tubérculos podem entrar em contato diretamente com Dranka, que estimou o plantio da Cecília em fevereiro do próximo ano, e colheita lá por setembro de 2023. 

Nova cultivar de batata

Tal variedade já chamada de Cecília foi desenvolvida para ser destinada ao mercado fresco, e selecionada com base na aparência dos tubérculos, no potencial produtivo, no teor de matéria seca e na resistência a doenças nas folhas, explicou Antônio Bortoletto. Inclusive, ela apresenta resistência às duas principais doenças foliares da cultura (requeima e pinta preta), sendo, por isso, indicada ao cultivo orgânico.

No campo, a BRS F50 (Cecília) apresenta elevado potencial produtivo, podendo chegar a 45 toneladas por hectare de batatas de pele amarela, a preferida do mercado nacional. São plantas de porte médio a alto e ciclo vegetativo médio, com cerca de 110 dias. Para a culinária, segundo a apresentação, ela tem textura firme e não farinhenta no pós-cozimento, com sabor característico. O teor de matéria seca é relativamente alto (maior que 20%), o que a torna versátil para uso. A textura é crocante e a cor clara em produtos fritos.