Cerca de 200 pessoas do Movimento Sem Terra tinham a intenção de ocupar um terreno na Rua Mato Grosso, na região de Rebouças, durante uma madrugada no final de fevereiro. No local havia uma cerca, que foi derrubada pelos ocupantes. Os líderes da ação justificaram que a invasão daquele terreno era porque se tratava de um imóvel abandonado sem utilidade social.

A equipe da Polícia Militar que esteve atendendo o caso não constatou nenhuma edificação construída pelos ocupantes e conseguiu entrar em contato com o proprietário do terreno, o qual mora em Santa Catarina e compareceu no local. Com isso, a polícia qualificou e advertiu os líderes da ocupação sobre a ilicitude da ação e suas consequências jurídicas e o movimento acabou sendo dispersado. A Polícia Militar teve apoio da Companhia de Choque e também realizou patrulhamento para evitar novas invasões pela região.

O Movimento Sem Terra está organizado em 24 estados nas cinco regiões do país. No total, são cerca de 350 mil famílias que conquistaram terra não ocupadas. Mesmo depois de assentadas, estas famílias permanecem organizadas no MST, pois a conquista da terra é apenas o primeiro passo para a realização da Reforma Agrária. Os latifúndios desapropriados para assentamentos normalmente possuem poucas benfeitorias e infraestrutura, como saneamento, energia elétrica, acesso à cultura e lazer. Por isso, as famílias assentadas seguem organizadas e buscam estes direitos básicos.