Leitora relata que mesmo seu Labrador sendo dócil, um dia ele acabou
agindo por instinto e ela caiu, chegando a quebrar a cartilagem do nariz
Não é incomum perceber na rua donos caminhando com seus cães, especialmente em dias mais quentes. Entretanto, para evitar acidentes, que podem gerar sérias consequências, é importante que o dono do animal esteja atento e principalmente consiga segurá-lo, assim como escolha o melhor tipo de guia, para evitar danos ao animal, caso necessite segurá-lo.
A médica veterinária Adriele Binhara (CRMV/PR 13.794) explica que a melhor forma de conduzir o animal irá depender especialmente do temperamento que ele tem. “Os mais famosos são os Pitbulls, Rottweiler, que são cães fortes e que seria importante usar uma focinheira ao levar para passear. Entretanto, existem outras raças, especialmente de cães de médio e grande porte, que precisam ter uma atenção especial, como o Akita, Chow-chow, o próprio Labrador. São animais que aparentam ser bonzinhos, mas que ao se sentirem acuados, ameaçados ou ao verem uma cachorrinha no cio, terão uma força maior para correr, puxar, quando pode acontecer um acidente.”
Uma leitora da Folha relatou que sempre saía para passear com o seu cão, que é um Labrador, mas, um dia, ele acabou estranhando um Rotweiler que estava dentro de uma casa e avançou. “Eu não consegui segurar porque ele acabou tendo uma força que eu não sabia que ele tinha. Resultado do acidente: quebrei a cartilagem do nariz, quando choquei com a grade da casa, e fiquei com braço, mãos e perna ralados, pois ele acabou me arrastando. Por sorte não fui atacada pelo outro cachorro, pois fiquei frente a frente com o outro animal. Foi algo que aconteceu que jamais eu imaginaria. Enfim, continuo passeando com ele, mas agora tomo mais cuidado para não acontecer esse acidente novamente”, relata.
A médica ressalta que não existe algo que possa ser feito para manter a atenção do cão e ressaltou que ele age pelo instinto, como qualquer outro animal. “Pode ser o animal mais doce do mundo, que brinca com as crianças, que não tem histórico de agressividade, mas a partir do momento que ele se sente ameaçado, irá atacar, por isso a precaução é sempre o melhor caminho. Às vezes o animal não gosta de crianças, não se sente bem na multidão, está cansado, tudo é uma somatória de fatores que fazem com que ele tome essa atitude”, diz.
Caso o animal acabe brigando com outro cachorro na rua, o dono deve pedir ajuda para jogar água. “O método tradicional sempre é o mais eficaz. Gritar pode irritar ele ainda mais e continuar brigando, por isso evite. Jamais se envolva ou tente erguer um dos animais, pois eles podem – ainda que sem querer – acabar mordendo mãos, braços e até mesmo rosto”, alerta.
Guia certa e
vacinas em dia
A Dra. Adriele explica também que o dono deve escolher a coleira certa para levar o cachorro passear. “A melhor opção sempre é a peitoral, porque é mais fácil de controlar o cachorro e também não irá machuca-lo caso precise usar a força. Já tive pacientes que chegaram com uma lesão séria na traqueia causada por coleira enforcadora, portanto evite, pelo bem-estar animal”, diz.
Para passear com o cão, é importante ficar atento ao horário, evitar dias com sol intenso, pois há chances de machucar as coxins, que são as “almofadinhas” nas patas dos cachorros. Existem cremes hidratantes específicos, caso algum incidente aconteça e acabe queimando as coxins. Leve ainda água e ração para que o animal possa se alimentar e também se responsabilize pelas fezes que ele possa vir a fazer no meio do caminho.
“Acredito que a principal orientação para passear com o animal, além da segurança, seja a necessidade do cartão de vacinação estar em dia e completo – portanto evite passear com filhotes que ainda não receberam todas as vacinas –, além dele estar desverminado e imune às pulgas, pois pode pegar pelo caminho”, finaliza.