A Royal Outlet hoje faz parte de uma holding, a qual tem oito lojas idealizadas pelo empresário Marcelo Roberto Vaz Filho
Sempre carismático e centrado no trabalho que realiza, Marcelo Roberto Vaz Filho tem apenas 28 anos e é um empresário com visão otimista do mercado. Na contramão da crise, abriu sua primeira loja em Campo Largo em 2015 e de 2018 para cá já são mais sete em Curitiba, Região Metropolitana e Paranaguá. Além de vender com o conceito de outlet, recentemente criou quatro marcas e tem produção própria de roupas, sapatos e acessórios.
Com simplicidade ele se mantém focado no negócio, em abraçar novas oportunidades e dar andamentos às suas oito lojas, com as quais orgulha-se em gerar mais de 60 empregos. Ousado, mas também pé no chão, chega a vender cerca de dez mil peças por mês.
Nascido em Curitiba, sua mãe, Adriana, trabalhava no Sesi desde que ele tinha 08 anos e então vieram morar em Campo Largo quando ele tinha 10 anos. Marcelo começou a trabalhar aos 14 anos como ajudante de garçom. Uma oportunidade oferecida pelo tio na Pio José Eventos, em Curitiba, onde ficou até os 20 anos de idade. Formado em Negócios Internacionais, foi trabalhar com importação em uma multinacional e depois em uma empresa brasileira.
Aos 22 anos de idade entrou no atacado. Lembra que não gostava muito da rotina em escritório e em 2013 um amigo lhe ofereceu para começar a vender peças de saldo de uma confecção de Santa Catarina. Gostava do ramo, mas conta que tinha muita inadimplência, quando tinha que ajudar os lojistas para conseguirem pagar a dívida com ele e pensou que, ao invés de ficar dando ideia para os lojistas, poderia abrir a própria loja.
Em março de 2015 resolveu empreender e abrir a loja, nesse conceito de vender os saldos das fábricas. “A Royal Outlet surgiu da ideia de trazer oportunidade da fábrica direto ao consumidor final, sem atravessador. Sempre digo que não é porque a loja é bonita que o produto é caro, mas sempre achei fundamental a loja ser bonita e moderna”, conta ele, que abriu a primeira loja com capital próprio e um pouco de ajuda da família.
De uma sede de 70m2, em menos de um ano mudou para um espaço de 230m2, pois a ideia foi tão bem aceita que o espaço começou a ficar pequeno. Antes vendia apenas roupas masculinas, o que via como maior necessidade da cidade, mas já na nova sede colocou feminino e hoje já é quase dividido o público.
O crescimento da empresa foi inevitável. Marcelo acreditou no negócio e resolveu expandir porque já não estava conseguindo absorver a quantidade de oportunidades que eram oferecidas. Explica que Campo Largo tem um limite de vendas e tinha muita mercadoria, porque neste conceito de loja tem que comprar container fechado de roupas. São oportunidades, direto da fábrica, tudo original, em que não se escolhe o produto nem a quantidade para se conseguir comprar e então vender barato. São lotes de produtos que já estão no Brasil e no mínimo precisa comprar duas mil peças de um determinado item – exemplo duas mil calças, duas mil camisas, entre outros. “Se escolher a peça, o preço chega a ser o dobro”, completa ele, que assim consegue atingir vários públicos.
Por ser uma grande quantidade de peças para comprar, mas sem conseguir vender tudo só em uma loja em Campo Largo, para aproveitar a oportunidade e manter o conceito de vender qualidade com preço baixo, em 2018 viu essa necessidade e começou expansão. Precisava ser maior. Abriu lojas em Paranaguá, Fazenda Rio Grande e Curitiba com intervalo de dois meses cada loja. A escolha destas cidades foi por serem boas, mas com lacunas neste setor, com produtos bons à venda, mas caros, ou baratos com qualidade ruim. A aceitação tem sido tão boa quanto em Campo Largo. Em 2019 abriu mais quatro lojas em Curitiba. Todas têm outros nomes.
Marcelo é o sócio majoritário e 10% da empresa é da Francine Godoi Denardi, responsável pelo Financeiro. Acreditam em Campo Largo, tanto que em breve vão abrir outra unidade, de 150m2, no City Center Shopping & Outlet, previsto para 2021. “Somos o primeiro outlet da cidade e também queremos estar no primeiro shopping de outlet da cidade. Por mais que o País esteja em crise, ainda tem muita oportunidade e quando a crise passar as oportunidades serão reduzidas”, acredita.
Atualmente a questão tributária do Brasil tem sido o maior desafio para ele, que argumenta que precisa ser revista urgente para estimular o desenvolvimento econômico. Dessa forma, comenta que quanto mais cresce mais se paga, o que acaba desestimulando o empresário. A Royal Holding, que engloba as oito lojas e mais o contrato em aberto, foi oficializada em janeiro deste ano. Hoje são mais de 60 funcionários ao todo, com perfil bem jovem e muitas vezes primeira oportunidade. Alguns entraram como estagiários e vão crescendo dentro da empresa – pela expansão rápida, alguns logo vão de vendedor a gerente em outra loja. E não para por aí, pois estão analisando novas oportunidades.