Famílias não são compostas apenas por laços sanguíneos, mas também são formadoras de histórias, que se perpetuam por décadas, da identidade e até mesmo personalidade de cada um.
Famílias não são compostas apenas por laços sanguíneos, mas também são formadoras de histórias, que se perpetuam por décadas, da identidade e até mesmo personalidade de cada um. Essa história pode ser reformulada quando a adoção acontece, mas em algumas situações a necessidade de saber respostas sobre sua origem passam da curiosidade para a necessidade.
Recentemente, a Folha de Campo Largo recebeu duas histórias de pessoas que estão buscando respostas sobre suas famílias. O primeiro caso é de Moacir do Carmo, que foi enviado para a adoção por um homem chamado Josias para um casal, que são seus pais adotivos, Donario do Carmo e Ana Joaquina do Carmo, no ano de 1972, na região de Três Vendas, em Altônia, no Norte do Paraná. Ele possui o documento de adoção, mas não tem nenhuma informação dos seus pais biológicos.
Ele chegou a procurar sua família na cidade natal, mas o cartório, que poderia das as informações, acabou pegando fogo e ele não conseguiu pesquisar registros dessa época. Seus pais adotivos já são falecidos, o que acaba dificultando ainda mais a obtenção de novas informações, mas ele sabe que tinha entre 04 e 05 anos quando foi adotado.
Segundo foi contado para a Redação, há cinco anos ele busca notícias da família, mas agora essa procura foi intensificada, pois no início de novembro de 2019 ele foi diagnosticado com Leucemia Linfoide Aguda, um tipo raro em adultos, pois é uma doença que acomete mais as crianças e agora precisa encontrar a família biológica para fazer exames e verificar se há compatibilidade e realizar um transplante de medula óssea. A equipe médica já deixou tanto Moacir, como sua família, cientes que ele precisa realizar o transplante.
Moacir foi diagnosticado com a doença quando começou a se sentir muito cansado e ter sangramento nas gengivas ao escovar os dentes. Certa noite ele acordou se afogando em sangue e começou a apresentar febre. Foi ao Centro Médico e encaminhado ao Hospital de Clínicas, quando saiu o diagnóstico. Ele intercala entre semanas em casa e fazendo sessões de quimioterapia no hospital.
Há alguns dias chegou até eles a história de uma senhora, que é bastante parecida com Moacir, mas eles não têm certeza se ela tem algum grau de parentesco. Eles estudam a possibilidade da realização de um exame de DNA, mas essa mulher não poderá ser sua doadora, caso haja compatibilidade, uma vez que ela também já teve leucemia.
A família destaca a importância do cadastro como doador de medula óssea, para aumentar as chances de encontrar pessoas compatíveis e oferecer melhor qualidade de vida para quem luta contra o câncer e outras doenças. O cadastro pode ser realizado nos bancos de sangue, como Hemepar, Hemobanco, Bio Banco – HC e Banco de Sangue do Hospital Erasto Gaetner, todos em Curitiba.
Aqueles que tiverem informações sobre a família de Moacir, podem entrar em contato com ele pelo telefone 99144-5538.
Na busca por respostas
Outra história que chegou até a Redação, enviada por várias pessoas, foi a de Gilberto Leite, que tem idade entre 38 e 40 anos, nasceu em Campo Largo e tinha o nome de Dominique – o que foi contado para ele e sabe que nasceu em Campo Largo.
Ele descobriu que era adotado aos 14 anos, quando ouviu comentários de seus familiares em um passeio. Quando chegou em casa, questionou os pais sobre ele ser adotado e veio a confirmação. Porém, a história é bastante conflituosa e os pais passam poucas informações a respeito da adoção.
Ele cogita as possibilidades de ter sido roubado por uma pessoa que o entregou para a adoção ou ainda que seus pais sofreram um acidente automobilístico e acabaram falecendo na hora. Gilberto conta que a busca está apenas iniciando e que ele irá começar uma investigação mais profunda e analisar todas essas possibilidades. O que ele sabe é que foi entregue aos seus pais adotivos com apenas dois anos de idade, que estava muito doente, enrolado em um cobertor, na Praça do Japão, em Curitiba, no ano de 1981, quando foi registrado novamente.
Quem tiver informações que possam ajudá-lo nessa busca, pode entrar em contato pelo telefone 98775-2574.
Um trabalho de investigação
Não é de hoje que a Folha de Campo Largo recebe pedidos de informações sobre pessoas que perderam o contato com familiares da cidade. Pesquisar por uma pessoa com quem não se tem contato há muitos anos, pode ser bastante difícil, com muitos detalhes e que precisa de bastante empenho.
A internet é uma das ferramentas mais eficazes na hora de buscar alguém, não somente nas redes sociais, que permite um contato maior, mas até mesmo com a digitalização de processos jurídicos, que acaba sendo um canal para essa busca e outros sites oficiais, como Portal da Transparência, do Governo Federal. Os cartórios também podem contribuir com mais informações sobre determinada pessoa.
Existem ainda sites que são criados somente para esse fim, como o procurarpessoas.net – que possui cadastro de algumas pessoas de Campo Largo que perderam contato com suas famílias – e o Webmii, que faz uma varredura em toda a internet sobre o nome da pessoa (site em francês, mas bem fácil de entender), além de vários outros sites e aplicativos que realizam essa busca on-line.