Um sonho que mais parece um pesadelo. Assim define uma moradora da Rua São Cristóvão, no Jardim Rondinha, que é natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, mas mudou-se para Campo Largo há três anos
Um sonho que mais parece um pesadelo. Assim define uma moradora da Rua São Cristóvão, no Jardim Rondinha, que é natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, mas mudou-se para Campo Largo há três anos, quando comprou um terreno com casa simples, na intenção de construir. Tudo começou a ficar estranho quando a lama passou a entrar na casa e a umidade era muito grande, a ponto de criar cogumelos dentro da casa, sem contar as rachaduras, que iam de fora a fora na casa.
“Nós vimos que a casa tinha uma boca de lobo bem na frente, mas não imaginamos o que tinha por trás de tudo isso. Para tentar amenizar o problema, decidimos construir um muro, onde haviam construído um muro com pneus. Ao retirar os pneus achamos estranho, pois eles estavam encharcados, com muita água dentro mesmo. Descobrimos então que havia um cano desativado e irregular na parte de dentro do meu terreno, o qual estourou dando início a um desbarrancamento na frente da minha casa. A Sanepar resolveu o problema no mesmo dia. Mas o desbarrancamento não parava de acontecer”, relembra a moradora.
Ela diz que tinha lama por toda a casa e que a água não parava de verter do barranco. “As chuvas vieram e então descobrimos que havia um rompimento nas manilhas que fazem o escoamento da água. Percebemos que isso acontecia porque com a quebra na manilha, o lixo e os entulhos, a água subia e vazava pela quebra, que não era percebido, pois isso acontecia por debaixo da terra e da minha casa”, explica. “Os canos que trazem água até minha casa continuam expostos na rua e pendurados pela cerca, pois a Sanepar não pode fazer nada enquanto a rua não for consertada”, conclui.
A casa já cedeu vários centímetros, fazendo com que apareçam muitas rachaduras. A moradora conta que sofre de graves problemas respiratórios e sua condição piorou desde o problema.
O asfalto também mostra sinais de que está cedendo, na rua dá para perceber pequenas rachaduras. A preocupação se intensifica porque pela região passam muitos veículos pesados, como ônibus e caminhões, além de carros. Foram feitos pedidos de cavaletes e fitas para poder cercar a região e evitar acidentes, mas levaram dois meses para isolar o problema. Ela já chegou a resgatar crianças que acabaram caindo em momentos de distração. O buraco chega a medir seis metros de largura e quatro de profundidade.
A Secretaria de Viação e Obras foi procurada várias vezes, se comprometendo a arrumar semana após semana, mas nada foi feito ainda. “Tanto o secretário, como sua equipe e também a Defesa Civil entenderam que a responsabilidade é da Prefeitura, pois há necessidade de fazer a sustentação das manilhas, calçada e asfalto. Inicialmente faria sozinha, mas me propuseram uma ‘parceria’ que foi aceita. Tempos depois falaram que nós não poderíamos fazer, porque o asfalto é responsabilidade da Prefeitura, falando que a situação seria resolvida dentro do prazo de até quatro dias. Foram descarregados em frente à minha casa blocos, pó de pedra e pedra brita na rua”, conta.
“O que nós precisamos é que seja arrumado esse manilhamento, feito um muro de contenção, de forma correta, adequada, porque esse problema está ficando insustentável. Já vai fazer seis meses que tudo aconteceu e não temos uma resposta, nem mesmo nos atendem. Só queremos resolver isso e tocar nossas vidas em paz”, finaliza.
A Folha procurou a Prefeitura de Campo Largo para esclarecimentos, que respondeu por meio de nota: “No dia 28/02 a equipe começará os serviços. Foi um tratado aqui no gabinete. De acordo com o diretor, Luiz Cesar Almeida, a obra está no planejamento e os materiais para realizar o serviço já estão no local”.