Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 01:09:13
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Linha J02 - C. Largo/Campina do Siqueira operará somente com ônibus articulados

Com os ônibus articulados, a capacidade total de transporte, nas 94 viagens feitas durante o dia, será de 12 mil passageiros

Linha J02 - C. Largo/Campina do Siqueira operará somente com ônibus articulados

Na tarde da última sexta-feira (31), a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) anunciou que o ligeirinho J02-Campo Largo/Campina do Siqueira sofreria uma transição a partir da última segunda-feira (03), onde todos os ônibus da frota passariam a ser articulados, com uma oferta 15% maior do que a atual, que é feita por ônibus articulados e comuns. A transição deve durar até o início do mês de março.

A Folha de Campo Largo conversou com Willian Corrêa, diretor de Transportes da Comec, que explicou que ao realizar essa mudança a capacidade total do transporte irá subir para 12 mil passageiros. Atualmente, em uma média diária, são transportados 4.860 pessoas – com embarque de 1.180 pessoas no Tubo Ferrari e 3.680 pessoas no Terminal Urbano de Campo Largo. “Nós temos hoje, saindo de Campo Largo, 94 horários durante todo o dia, em períodos com uso de 100% da frota – durante os picos da manhã -, 50%, aproximadamente, em horários fora do pico e próximo dos 100% no pico da tarde/início da noite. Com os ônibus comuns, conseguimos transportar cerca de 90 passageiros, já com os articulados, que serão utilizados em Campo Largo, terá a possibilidade de transporte de 130 passageiros. Com essa mudança, será possível aumentar o número de passageiros, oferecendo maior qualidade no transporte metropolitano.”

Os ônibus articulados que serão usados em Campo Largo possuem medidas diferentes dos demais. Enquanto grande parte dos ônibus articulados medem 18,5 metros, o usado aqui terá 21 metros, por isso a possibilidade de transportar mais pessoas. Para a utilização desses veículos, foram necessárias até mesmo reformas no Terminal, a fim de que o ônibus consiga realizar a manobra de retorno. São veículos seminovos, segundo Corrêa, em ótimo estado de uso, que vieram, principalmente, do Rio de Janeiro, onde foram usados por pouco tempo.

“Nós partimos sempre das garantias de contrato. O contrato não obriga que nós façamos a aquisição de veículos 0km, mas trabalha com vida útil de até 12 anos de uso. Os ônibus são investimentos bastante caros para serem feitos e entram em um estudo avançado que estamos fazendo para verificar o que precisa ser licitado e envolve a participação de mais órgãos públicos. Nós respeitamos o regulamento de vida útil e diante de uma necessidade, podemos fazer a abertura de uma licitação, mas isso é estudado caso a caso”, explica.
Quando questionado sobre as quebras de veículos que acontecem durante o percurso, o diretor diz que essa é uma situação que pode acontecer e que gera espanto, mas que ainda são casos pontuais. “Nosso regulamento prevê que os ônibus só entrem em operação no dia diante de uma vistoria e logicamente as máquinas podem dar problemas quando estão em uso. Porém, ressalto que a estatística mostra que o serviço é eficiente e os dados que apontam para o mau funcionamento dos veículos, como a quebra no meio da estrada, semelhante ao que aconteceu há alguns dias, é mínima”, esclarece.

Sobre os valores das passagens, o diretor explica que atualmente 50% dos custos, que envolvem toda a Região Metropolitana de Curitiba, são com pessoal, mais de 25% com diesel e outros componentes, e que o aumento da frota pode gerar uma despesa a mais, mas que a Comec trabalha para tentar fazer o melhor possível. Relembra que o mês de fevereiro é de negociação com os colaboradores, por conta do reajuste salarial. “Campo Largo está hoje a mais de 20km de Curitiba e Pinhais, por exemplo, está a 10km e pagam o mesmo valor de passagem, que é o praticado em toda a capital, R$ 4,50, pois temos uma política de integração com o transporte. Uma mudança como essa pode gerar impacto, mas isso também é uma questão de gestão”, explica.

Tubo, filas e lotações
Embora com as filas pareça que o transporte público está sempre cheio, Corrêa garante que o trabalho está sempre sendo feito para garantir qualidade no transporte público da RMC, como um todo. “Nos últimos quatro anos nós perdemos 25% dos passageiros pagantes. Em 2019 foi uma margem menor, com diminuição de 0,19%. Isso envolve vários fatores, que vão desde a crise econômica, até a facilidade na aquisição de carros e motos – que tiveram um crescimento muito significativo. Colocar um carro para competir com ônibus não é possível, seria uma concorrência desleal, mas estamos trabalhando para encontrar alternativas, como as faixas exclusivas e a tarifa mais barata em horários fora do pico. É uma manobra para tentar trazer esses passageiros de volta e ajudar a desafogar o trânsito das cidades”, diz.

Sobre a possibilidade do aumento da estação-tubo Ferrari, o diretor explica que não é algo que esteja de imediato nos planos da instituição, uma vez que as filas acontecem em momentos de pico durante o dia. Ele explica, ainda, que isso é bastante recorrente em locais onde são pontos iniciais e as pessoas anseiam para realizarem a viagem sentadas, especialmente quando o trajeto é maior, como Campo Largo até Curitiba.

“Quando o ônibus chega e o passageiro percebe que não conseguirá ir sentado, decide ficar e esperar o próximo para tentar um lugar. Isso vai gerando um acúmulo grande de pessoas em torno da porta, por isso geram as filas. É uma conduta que dificilmente irá mudar com a ampliação da estação-tubo e que acontece em vários outros lugares. Existem locais em Curitiba, por exemplo, que as filas na estação chegam a virar a esquina porque há pessoas que insistem em esperar lugar vago para ir sentada. Como envolve o comportamento do usuário, a mudança fica mais difícil de ser percebida”, finaliza.