Oito funcionários já foram demitidos e nesta sexta-feira (31) quem se despede do espaço são os próprios sócios da empresa Nova Imagem.
Oito funcionários já foram demitidos e nesta sexta-feira (31) quem se despede do espaço são os próprios sócios da empresa Nova Imagem. Alguns há quase 50 anos trabalhando no mesmo lugar e fica agora uma sensação de frustração, misturada com tristeza, mas também de terminar as atividades de cabeça erguida, honrando impostos e pagamentos de funcionários.
Muitos campo-larguenses ainda confundem a história das empresas que funcionaram no mesmo local. Mas iniciou em meados de 1965 com a Auto Cecília, revenda de carros Volkswagen, mas após uma crise acabou fechando em julho de 2001. No mesmo espaço, na marginal Ayrton Senna, começaram a funcionar a Autoluz - da família Zanlorenzi e Gavlak, com venda de veículos - como também foi aberta pelos ex-funcionários da Auto Cecília a empresa Nova Imagem, em agosto de 2001. A empresa iniciou com 15 sócios e contava com 12 funcionários. Sempre funcionou como comércio de autopeças, funilaria, pintura, mecânica e lava-car. Atualmente estavam nove sócios, que agora decidiram encerrar as atividades da Nova Imagem. No local continua normalmente o funcionamento da Autoluza (antiga Autoluz).
Início da crise
Os sócios contam que a empresa passou a enfrentar dificuldades financeiras após a chuva de granizo em 2014, que destruiu a empresa. Detalham que mesmo com seguro tiveram muitos prejuízos, pois haviam muitos carros em estoque que eles tiveram que pagar pelos danos, pois o seguro só cobria a estrutura do prédio. Em 2016 também veio a crise financeira do país, o que foi dificultando a recuperação.
Somado a isso, relatam muitos casos de inadimplência. Assim, as dívidas e empréstimos foram aumentando, junto com a carga tributária do País que relataram que torna muito difícil manter uma empresa. Afirmam que hoje a empresa está fechando, mas honrando os impostos e pagamento de funcionários. Terminam sem dever nada.
Foram cinco anos tentando, resistindo às dificuldades, mas, segundo eles, “chegou um momento que não dá mais”. Declaram que fizeram o que podiam, mas que fica uma frustração, que alguns sócios já têm outras oportunidades, mas outros não. Sentimento de tristeza também por mandarem os funcionários embora, porque dependiam disso.
Todos os sócios foram funcionários da Auto Cecília. Sérgio Antonio Cosmo é o sócio que há mais tempo trabalha no mesmo espaço, são 49 anos. A antiga empresa da década de 60 também rendeu bons frutos, como três casamentos - um deles dos sócios Amarildo Mocelin e Danuzia Mocelin, que estão há 36 e 34, respectivamente, trabalhando no mesmo local. “Nossa vida e tudo que construímos é fruto dessas empresas”, relatam.
À frente da Nova Imagem nestes anos, levam de aprendizado que é preciso ter muita coragem e “sangue frio” para abrir uma empresa. Lembram que às vezes os sócios ficavam sem receber, mas nunca deixaram de pagar nenhum funcionário, sempre em dia. A partir de então, vão levar as lembranças de tudo que viveram por tantos anos no mesmo local.