Enquanto as pautas não forem atendidas, os coletores irão recolher os dejetos somente durante o horário do seu expediente, sem realizar hora extra. Alguns bairros podem ser afetados.
No início da semana, os coletores de lixo se reuniram com representantes da Cavo e dos sindicatos da categoria para apresentar uma pauta de mudanças no regime de trabalho. Entre as principais reivindicações apresentadas pelo grupo, que é formado por 40 coletores, motoristas e responsáveis pela reciclagem, estavam a adoção do pagamento de horas-extras no lugar do sistema de banco de horas e manutenção frequente dos caminhões. A Cavo tem contrato licitatório com a Prefeitura desde 2017.
A reunião foi realizada nesta sexta-feira, às 12h em Campo Largo, para a apresentação da decisão por parte da empresa, a qual, segundo informações obtidas por fonte, não foram aprovadas. Com isso os coletores de lixo anunciaram que farão uma paralisação parcial das suas atividades, executando a coleta somente até o horário vigente no seu contrato de trabalho/escala, retornando ao final do turno – que pode acontecer das 07h às 15h20, 15h às 23h de segunda a sexta-feira e aos sábados das 06h às 14h20 - sem realizar horas extras.
"Nós somos divididos em setores para a realização da coleta e precisamos fazer hora-extra na maioria desses setores para conseguir finalizá-las. Com isso, alguns bairros, que não consigo te precisar agora quais são, pois a coleta depende da quantidade de lixo, trânsito e outros fatores, por exemplo, podem ser atingidos. O pessoal que terminou o turno das 15h20 nesta sexta, por exemplo, sabemos que deixaram de coletar por causa de tempo estourado, como no Miranda, Bela Vista e região”, disse a fonte.
A paralisação deve durar até a tomada de providências. Segundo repassado, os representantes da empresa pediram um prazo maior para a solução destas pautas, o que não foi aceito pelos trabalhadores. A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Campo Largo, que declarou ter enviado uma notificação chamando a atenção para que o serviço não sofra paralisação alguma, conforme disciplina de contrato. Nós entramos em contato também com a Cavo, empresa responsável pelos trabalhadores, que respondeu que está tentando normalizar o serviço e resolver a situação o mais breve possível.
Confira algumas das pautas apresentadas pelos trabalhadores, na íntegra:
“Carta de Reivindicação
Conforme na segunda-feira no horário 12:00 a conversa que iniciamos em busca das melhorias e nossos direitos e que vimos exigir, em ATO pacífico, abaixo listamos o que queremos. 1. Manutenção do caminhão 2. Café da manhã 3. Refeitório 4. Bonificação no valor de R$ 300 (só que tem um porém: Com um atestado no mês, perde R$ 70, dois atestados perde R$ 140, e assim sucessivamente, falta sem justificativa perde R$ 100 da bonificação) 5. Banco de horas: retirar 6. Bebedouro 7. Os setores grandes demais (no caso queremos que diminua pois tem dias que chega a dar 70 quilômetros por dia) 8. A não mandar ninguém embora por causa dessa reivindicações que estamos lutando, pois estamos lutando todos juntos . 9. Outra coisa não sairemos em dois coletores, aonde é pra sair no mínimo três coletor por setor. 10. Pedimos mais valorização para nossos serviços, pois bastante coisa que pode ser melhorado, só pedimos que valorizem mais quem tá faça sol, faça chuva aí trabalhando dia-a-dia, cumprindo o setor até o fim.
Então com base a isso estaremos, aguardando a resposta com brevidade. Campo Largo, 24 de Janeiro de 2020.”