A 3ª Delegacia Regional de Campo Largo está com previsão de mudança até o final do mês de janeiro. Essa transferência já vem se arrastando há alguns meses, mas tudo indica que está mu
A 3ª Delegacia Regional de Campo Largo está com previsão de mudança até o final do mês de janeiro. Essa transferência já vem se arrastando há alguns meses, mas tudo indica que está muito perto de acontecer. Atualmente localizada na Rua Joanim Stroparo, 786, na Vila Bancária, o departamento terá sua sede na Rua Osvaldo Cruz, no Centro, sendo de mais fácil acesso para a população. Com a saída da Delegacia do prédio, quem assume é o Departamento Penitenciário (Depen), que, até esta quinta-feira (16), estava com 71 presos.
Dentro da gestão implantada no Paraná, ainda em 2019, a Cadeia Pública de Campo Largo ficou incumbida de receber somente homens que foram presos recentemente e que aguardam a Audiência de Custódia no Fórum, que acontece no máximo em uma semana. Nestas audiências o Juiz determina a soltura ou a prisão preventiva. Se for permanecer preso, o próprio Depen se encarrega de transferi-lo para um presídio. A Cadeia Pública também pode receber presos condenados, que aguardam abertura de vagas nas penitenciárias, ficando poucos dias no local.
Também estão presos em Campo Largo aqueles que são os acusados em estupros. A ideia é que a Cadeia Pública da cidade seja somente um local de passagem, já que uma vez que os suspeitos passam pela Audiência, seu futuro acaba sendo decidido.
Danilo Paes, gestor da Cadeia Pública de Campo Largo, explica que muita gente ainda acaba confundindo o serviço executado pela Polícia Penal – que seriam gestores e os antigos agentes penitenciários – e Polícia Civil, responsável pela investigação dos crimes que acontecem em Campo Largo. “Nós somos responsáveis pela custódia do preso, mantê-lo encarcerado, não mais responsabilidade da PC, como era antigamente. O prédio agora é da Depen, não mais da PC, e de nossa responsabilidade de gestão.”
O gestor explica que com a diminuição no número de crimes sexuais, acabam vindo presos comum, embora a unidade seja para recebimento específico.
Desde o ano passado, a Cadeia Pública de Campo Largo está empenhada em realizar melhorias no prédio, especialmente arrumando o telhado, pois quando chove acaba molhando partes das celas, e também a pintura do local. Além das verbas disponibilizadas pelo Governo Estadual, a Cadeia Pública conta também com a ajuda do Conselho da Comunidade.
Divisões e visitas
Outro cuidado que precisa ser tomado pela Cadeia é na hora de direcionar o preso para a cela. Como há recebimento de presos de várias cidades, eles precisam cuidar para não misturar facções, evitando brigas entre eles. Então, todas as atividades – como banho de sol, por exemplo – são em horários específicos para cada segmento.
As visitas acontecem somente uma vez ao mês, já que o local não tem estrutura para receber visitas semanais, com média de oito visitas por mês. “Para realizar a visita é preciso realizar a revista dos familiares, o que pode ser constragedor para eles, mas é algo que precisa ser feito. Como não temos uma policial penal feminina, é preciso que ela venha até Campo Largo para realizar a revista. Nós gostaríamos de contar com uma policial aqui também, pois isso facilitaria as visitas também”, diz o gestor.
Serviço perigoso
Danilo diz ainda que o trabalho na Polícia Penal é bastante pesado, já que trabalha diretamente com pessoas que oferecem grau de perigo. “Nosso nível de periculosidade é alto, tão ou mais perigoso que da Polícia Militar ou Civil, pois nós acabamos tendo que conviver com o presidiário. Estamos sempre atentos ao que está acontecendo, inclusive quando estamos fora do nosso ambiente de trabalho. Eu trabalhei por muito tempo em presídio também, então, pelo fato da gente ter que colocar a pessoa no castigo ou qualquer outra situação que ele ache que tomamos para prejudicá-lo, pode acabar gerando uma situação bastante delicada”, diz. “Quando estamos de folga, por exemplo, procuramos não manter contato com outros policiais penais, para conseguir espairecer, porque é um trabalho que temos que estar em constate alerta”, finaliza.