19-08-2010
Se você procura por aparelhos de televisão nas grandes lojas de varejo de produtos eletrônicos, sabe que a TV digital, ou DTV, é o negócio do momento.
19-08-2010
Tv Digital
Se você procurou recentemente por aparelhos de televisão nas grandes lojas de varejo de produtos eletrônicos, sabe que a TV digital, ou DTV, é o negócio do momento. A maioria das lojas dedica parte de sua área de televisores para os aparelhos de TV Digital, num movimento antecedido primeiro pelas TVs de tela plana, depois pelas Wide Screen e depois pelas TVs de Plasma e LCD. A menos que você faça parte do pequeno grupo de pessoas que já adquiriu um aparelho de DTV, o que você tem em sua sala de estar é uma TV analógica normal que parece funcionar muito bem, apesar de toda essa agitação.
A maioria das pessoas, confrontada com esse nível de proliferação de produtos, somente pode perguntar: "Afinal, o que está acontecendo?!".
A TV Digital no Brasil
No Brasil, a estréia da TV Digital ocorreu em dois de dezembro de 2007, após muita polêmica em torno da tecnologia de transmissão que seria adotada: européia, americana ou japonesa. Em 2000, quando estava tudo certo para a escolha do modelo americano, o governo cogitou um padrão próprio, que implicaria o desenvolvimento no país de uma tecnologia de transmissão de sinal digital, exatamente como aconteceu com o sistema Pal-M para vídeo VHS.Diante de vários problemas, de muito lobby e do atraso do início das transmissões que a escolha por um padrão próprio acarretaria, optou-se por analisar e testar os três modelos novamente. Quase seis anos depois de iniciadas as discussões sobre a TV Digital, em 29 de junho de 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto regulamentando a escolha do padrão japonês para a TV digital brasileira. Na prática, isso quer dizer que a TV digital no país é compatível com a tecnologia atualmente utilizada no Japão.
As transmissões do sinal digital começaram por São Paulo e vão ser estendidas para o resto do país progressivamente. Os conversores (também chamados de set-top boxes) que permitem aos televisores receber esses sinais digitais podem ser encontrados em lojas de eletrodomésticos e eletrônicos, bem como os televisores preparados para a TV digital - geralmente essas TVs vêm identificadas com o selo "HD Ready". O governo brasileiro espera que, até dezembro de 2016, a TV digital substitua a TV analógica no país. Assim como nos EUA, quando isso acontecer, toda a transmissão analógica será interrompida e será necessário ter um conversor ou um televisor compatível com o sistema para poder assistir aos programas favoritos. As emissoras de televisão devem ter os equipamentos apropriados para transmitir os sinais e os consumidores devem ter os aparelhos de TV para receber tais sinais.
Sinal digital
A primeira idéia que é nova para a TV digital é o sinal digital.
A TV analógica começou como um meio de radiodifusão. As estações de TV instalaram antenas e transmitiram sinais de rádio para comunidades individuais. Você pode colocar uma antena interna em sua TV e captar os canais 2 a 83 de graça. O que você recebe, conforme descrito anteriormente, é um único sinal de vídeo composto analógico e um sinal de som independente.
A TV digital também começou como um meio de radiodifusão gratuita. Por exemplo, em San Jose, Califórnia, você pode sintonizar cerca de uma dúzia de estações digitais comerciais diferentes se tiver um receptor de TV digital e uma antena. A FCC concedeu aos radiodifusores de televisão uma nova freqüência para uso de suas transmissões digitais, de modo que agora cada radiodifusor possui um canal de TV analógica e um canal de TV digital. O canal digital transmite um total de 19,39 megabits por segundo de dados digitais que sua TV digital recebe e decodifica.
Cada radiodifusor possui um canal de TV digital, mas um canal poderá transmitir múltiplos subcanais se o radiodifusor escolher essa opção. Veja como funciona:
Em seu canal digital, cada radiodifusor envia um total de 19,39 megabits por segundo (Mbps) de dados digitais. Os radiodifusores possuem a capacidade de usar esse sinal de várias maneiras diferentes. Por exemplo:
• um radiodifusor pode enviar um único programa a 19,39 Mbps;
• um radiodifusor pode dividir o canal em vários sinais diferentes (talvez quatro sinais de 4,85 Mbps cada uma). Esses sinais são chamados de subcanais. Por exemplo, se o canal de TV digital for o canal 53, então 53 1, 53 2 e 53 3 poderiam ser três subcanais daquele canal. Cada subcanal pode transmitir um programa diferente.
O que muda na minha TV?
Na teoria, nada muda na sua TV a partir do início das tranmissões dos sinais digitais. Na prática, quem tem aparelho de televisão full HD ou HDTV Ready passar a receber imagens de alta definição, em que os detalhes que passam desapercebidos nas transmissões analógicas finalmente aparecem na telinha. Quem tem um aparelho analógico terá de comprar um conversor para melhorar a imagem. Os assinantes de TV a cabo terão de trocar o decodificador da TV paga para melhorar a definição da imagem. E o custo será do cliente.
Os sinais digitais chegarão à sua TV via antena UHF (interna ou externa). Quem tem TV analógica deve ligar a antena no conversor de sinal. Alguns televisores Full HD já vêm com conversor embutido. Neste caso, a antena deve ser conectada diretamente no aparelho. Sem o conversor, as imagens não aparecem na telinha.
Como funciona o sistema no Brasil
Com a adoção da TV Digital, as emissoras passam a gravar seus programas de duas formas:
• alta definiçao (HDTV) e formato widescreen
• definição padrão (SDTV) e formato tradicional.
O som poderá ser surround 5.1 ou estéreo, e as emissoras poderão adicionar interatividade na sua programação. Como shopping e votação em tempo real.
O sistema de TV digital brasileiro é o primeiro a adotar o padrão de codificação e compressão MPEG 4, de modo a permitir que os sinais de áudio e vídeo se tornem menores e mais fáceis de transmitir e que possam ser transmitidos juntos em um único feixe de dados. Isso evita, por exemplo, a dessincronia entre imagem e som.
Esse processo de tratar imagem, som e interatividade juntos se chama multiplexação.
Depois da multiplexação, os dados ganham um novo formato (o sinal digital) para poderem viajar pelo ar da antena da transmissora até a antena UHF da sua casa. O padrão japonês foi escolhido justamente por oferecer maior robustez nesse processo, chamado de modulação. As antenas UHF captam o sinal digital e o envia para o conversor ligado à sua tevê.
Interatividade
Ainda não é possível interagir com a programação, como permite a tecnologia da TV Digital. Isto porque o Ginga, um software que lê as informações de interatividade e que foi desenvolvido no Brasil, ainda não foi incluído nos conversores disponíveis no mercado. Por enquanto, a única interatividade possível na TV digital é o guia de programação, quando fornecido pela emissora de TV.
Quanto custa
Para poder aproveitar a TV digital, o telespectador terá de desembolsar algumas centenas de reais. O pacote básico: antena UHF interna e conversor básico custa em torno de R$ 500. Plugados na sua TV analógica, eles exibem imagens digitais, mas não em alta definição. O pacote de alta definição, composto por TV Full HDTV (plasma ou LCD), conversor com conexão HDMI e compatível com o sinal de alta definição e antena externa UHF podem ultrapassar facilmente a casa dos R$ 5.000, dependendo do tamanho do aparelho de TV.