26/07/2015

Por: Luis Augusto Cabral

Ao contrário da tendência do mercado no momento, com demissões, fechamento de empresa ou redução da jornada, a Cerâmica Brasília, uma das mais antigas indústrias  de louça de Campo Largo, está se preparando para contratar mais 40 trabalhadores, implantando um segundo turno para quase dobrar sua produção. A Reportagem da Folha esteve na fábrica para ver de perto a transformação.

Fábio Germano, proprietário da indústria, recebeu a equipe lembrando a história da Cerâmica Brasília, uma empresa familiar, fundada em 1965, especializada na produção de louça para mesa, com design avançado e padrão diferenciado. A indústria emprega uma tecnologia de 100% de impermeabilização em seus produtos, com método Faiança, queimados a uma temperatura de 1.100ºC, em forno contínuo a gás.

Crescimento
Fábio lembra que a Cerâmica Brasília é uma das sobreviventes da invasão da cerâmica chinesa nos anos 2000/2012. “Sobrevivemos por teimosia, e agora, com a Lei Antidumping, estamos crescendo, aproveitando o momento, na contramão da crise. Hoje estamos produzindo 220 mil peças/mês, e vamos ampliar a produção em pelo menos 60%. Vamos implantar o segundo turno, abrindo às seis da manhã, e terminando às 22 horas”, explicou. Ele adiantou que já realizou todos os procedimentos obrigatórios para implantar o novo turno, inclusive assembleia com os trabalhadores, com a presença do sindicato da categoria e autorização do Ministério Público do Trabalho.

“Vamos aproveitar alguns dos trabalhadores que estão sendo dispensados, com o fechamento da Tirolesa. Trata-se de funcionários já com larga experiência numa indústria semelhante à nossa, e isso facilita na hora da contratação. Infelizmente não dá para recolher todos, mas pelos menos 40 serão contratados, nos próximos dias”, explicou. A Cerâmica Brasília acompanha as demais indústrias, com o piso de entrada em R$ 937,00 e após 120 dias, R$ 1.012,00. A categoria está movimentada para o reajuste anual, cujo novo valor salarial deve ser decidido nos próximos dias.