15/06/2015
Durante a prestação de contas feita pelo secretário de estado da Saúde Michele Caputo Neto na manhã de terça-feira (9), em reunião convocada pela Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Alexandre Guimarães (PSC) criticou duramente o governo federal por deixar de repassar R$ 540 milhões para a saúde do Paraná. “É uma das principais razões, senão a principal, pela saúde não ter crescido mais”, disse o parlamentar, que é vice-presidente da Comissão.
Guimarães elogiou o secretário por alcançar resultados positivos em várias áreas, apesar da crise. “Precisamos reconhecer a competência do secretário e sua equipe por conseguir driblar a situação de crise. Mas não podemos negar que o Estado deixou de investir e alguns programas sofreram prejuízo. E a causa é a diminuição milionária do repasse federal”, enfatizou.
Segundo Michele, o valor da dívida da União com o Paraná também inclui os remédios de alto custo que o estado teve de comprar por determinação judicial, o atraso na qualificação de SAMUs regionais, a não inclusão de todos os municípios paranaenses na Rede Cegonha e outros débitos.
Quando questionado por Guimarães sobre a postura do governo federal com relação à situação do Paraná, Michele afirmou que “até agora, o governo apenas nega a dívida e não senta para negociar”, confirmando que não há previsão para quitação dos atrasos.
Com o corte de R$ 11 bilhões para a saúde em todo o país, anunciado pela União como medida de economia, o deputado projeta um cenário ainda mais difícil para 2015. “Só para o Paraná, serão R$ 840 milhões a menos. Some isso à dívida de R$ 540 milhões. É só fazer as contas para constatar que o nosso Estado ficará sobrecarregado e com bem menos possibilidades de investir”, ressalta o deputado.
Prestação de contas
A prestação de contas é referente ao primeiro quadrimestre de 2015, que já contou com aplicação de 8,66% do orçamento estadual – a lei determina 12% ao ano. Segundo o secretário, o orçamento para a área é de R$ 4,4 bilhões. A previsão é investir R$ 1,3 bilhão com pessoal, R$ 2,7 bilhão com despesas correntes, R$ 399 milhões com despesas de capital (obras e equipamentos) e R$ 5,5 milhões com inversão financeira (aquisição de bens e imóveis).