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Opinião

Indústria cerâmica está abandonada

16-07-2010

O descaso do Governo Federal com a Indústria Cerâmica do País, pode levar à falência esse importante ramo industrial.

Indústria cerâmica está abandonada

16-07-2010

O descaso do Governo Federal com a Indústria Cerâmica do País, pode levar à falência esse importante ramo industrial. E nós, campo-larguenses, poderemos ser os primeiros a sentir na pele - se já não estamos sentindo -, os efeitos da incompetência das nossas autoridades.
   Não somos o maior produtor de louça e porcelana do mundo, mas os nossos produtos estão entre os de mais alta qualidade, em todos os continentes. A marca da indústria campo-larguense está presente nos mais requintados jogos de jantar ou café, do mundo inteiro.
   A qualidade, conquistada com a capacidade das nossas indústrias e a competência dos nossos trabalhadores, é reconhecida lá fora, pelos consumidores, mas não é reconhecida nos gabinetes dos palácios de Brasília.
   Há anos os industriais da louça e da cerâmica de Campo Largo vêm alertando as autoridades de Brasília, para a entrada criminosa da louça chinesa, no País. Produzida por mão-de-obra semi-escrava, subsidiada pelo governo chinês, a louça chinesa, de qualidade inferior, entra no Brasil sem pagar impostos, sem ao menos se submeter a testes de qualidade e de Saúde.
   Reclamam, os empresários brasileiros, que a louça chinesa possui resíduos tóxicos altamente prejudiciais à saúde humana, mas seus gritos não encontram eco, no Palácio do Planalto, no Ministério da Saúde nem nos demais ministérios que poderiam se interessar por esse assunto. Nada, nem ninguém parece preocupado com isso.
   O estado pré-falimentar no qual as nossas indústrias se equilibram, apesar de bombardeadas pelas crises e pela incapacidade de proteção do setor, por parte de quem deveria decidir esta proteção, pode piorar, daqui para a frente, se nada for feito. Hoje é a Porcelana Schmidt, a maior indústria de louça e porcelana do País, que atrasa os salários, como já aconteceu no início do ano, amanhã - e torcemos para que não -, pode ser outra, e mais outra. Porque não há como sustentar, por tanto tempo, trabalhar apenas para pagar salários, custos e impostos. Uma hora ou outra, a corda deve arrebentar, e sabemos que vai arrebentar, primeiro, nas costas do elo mais fraco, o trabalhador. Mas nesse caso, todos nós sairemos perdendo, e os chineses, sorrindo.