18-05-2010
Um mar alaranjado cobre os morros e vales da região de São Silvestre, interior de Campo Largo.
18-05-2010
Um mar alaranjado cobre os morros e vales da região de São Silvestre, interior de Campo Largo. Milhares de pés de Ponkan exibem, arcados sob o peso de até 100 quilos, cada um, os generosos frutos de uma safra recorde de mais de 400 toneladas. A supersafra de Ponkan orgânica começou a ser colhida no último sábado (15), fruto por fruto, num trabalho árduo que começa às seis horas da manhã, exige força e muito preparo físico, e só termina quando o Sol se põe atrás dos morros.
Na comunidade dos Batista, em São Silvestre, onde se concentram os maiores produtores de Ponkan de Campo Largo, sábado foi um dia de festa. Para marcar o início da colheita, uma equipe da Prefeitura Municipal, à frente o vice-prefeito Dante Vanin e o secretário de Desenvolvimento Rural, Lino Petry, foi ao local onde devem ser colhidos, esse ano, mais de 20 mil caixas da fruta, que está sendo comercializada no Ceasa, em Curitiba, ao preço de R$ 8,00 a caixa. Também estava presente o técnico Dirlei Edson dos Reis, da Emater, que orienta os produtores da região.
Orgânica
Jonas Mateus Pereira, José Amâncio Pereira e João Davi Pereira são irmãos. São vizinhos de Hamilton Ligmanoivski, seu filho Alex, e Francisco Almeida, também produtores de Ponkan. Eles moram em uma região montanhosa, de aproximadamente 70 alqueires, em São Silvestre, próximo à divisa de Campo Largo com Itaperuçu. O pomar, com mais de nove mil pés de Ponkan já tem mais de 25 anos, e há 24 anos não recebe qualquer tipo de adubo quimico ou agrotóxico. A produção é considerada orgânica, uma vez que, além de não receber adubo quimico ou agrotóxico, todo o controle de pragas é feito biologicamente.
Hoje felizes com o resultado do trabalho, eles lembram que amargaram muitos anos de prejuízos porque, apesar de safras ótimas, eram obrigados e ver as frutas apodrecerem nos pomares, devido à falta de incentivo, à dificuldade de transporte e ao preço, que não compensavam o trabalho de colher. Antes só tinham apoio da Emater, mas não tinham outros incentivos. Hoje eles estão recebendo apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, Senar e da Emater, e estão colhendo e entregando a fruta diretamente na Ceasa, em Curitiba, ao preço de R$ 8,00 a caixa de 25 quilos. Não é muito, uma vez que vendem a fruta a cerca de R$ 0,31 o quilo, mas compensa pelo volume. O resultado anima os produtores, que já estão ampliando a área plantada, e pretendem dobrar a produção, em dois ou três anos.
Incentivo
"Nós já tentamos de tudo pra tentar viabilizar a nossa produção", disse Hamilton, lembrando que em um ano eles tentaram levar a produção para Ponta Grossa, chegando a vender a R$ 1,50 a caixa que hoje é comercializada a R$ 8,00. "Foi um prejuízo muito grande, e um aprendizado", disse ele. O apoio da Prefeitura Municipal de Campo Largo, a partir de 2009, quando a safra foi vendida para a Merenda Escolar, deu o incentivo que faltava aos produtores. A safra de 2010 ainda não está sendo vendida para a Merenda Escolar, em virtude da Cooperativa ainda não ter Nota Fiscal.
Mas Hoje eles já têm um caminhão, que faz o transporte da safra para Curitiba. Hamilton, o proprietário do veículo, transporta as frutas e rateia as despesas.