16-03-2010
Cinco dias de prazo, foi o máximo que os trabalhadores da Porcelana Schmidt deram à empresa, para eventuais atrasos nos pagamentos.
16-03-2010
Cinco dias de prazo, foi o máximo que os trabalhadores da Porcelana Schmidt deram à empresa, para eventuais atrasos nos pagamentos, nos próximos três meses. Isso significa que eles vão aguardar trabalhando, até o dia 25, para receber o adiantamento salarial de março e até o dia 10 de abril para receber o restante do pagamento, e assim nos meses subsequentes. Antes, o acordo era o dia 20 e o dia cinco, respectivamente. Ficou estabelecido, também, que não haverá descontos ou qualquer punição aos empregados que, na semana passada, fizeram greve.
Na verdade a empresa havia pedido que esta flexibilização fosse concedida por dez dias, a contar dos dias pré-estabelecidos (20 para o adiantamento e cinco para o salário), mas os trabalhadores rejeitaram a proposta. A empresa queria também, suspender o Vale Mercado e o Prêmio Produtividade, propostas que foram rejeitadas pelos trabalhadores. Nesta terça-feira (16), todos voltam ao trabalho. Com a volta da produção em Campo Largo é provável que também a unidade de Mauá, em São Paulo, volte a funcionar.
Acordo
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Paulo Andrade, intermediou pessoalmente as negociações entre os trabalhadores e a Direção da empresa. Após a Assembléia, na manhã desta segunda-feira, ele reuniu-se com os advogados do Sindicato e da Empresa, para redigir o documento que formaliza o novo acordo. Junto com Paulo estava o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado do Paraná, Fetiep, Luiz Gin, que defendeu os trabalhadores dizendo que eles não podem ser penalizados pelos problemas de gestão, da empresa.
A Assembléia dos trabalhadores da Schmidt foi realizada na sede do Sindicato, em clima de muita tranqüilidade, apesar da tensão provocada na semana passada com a paralisação e fechamento da fábrica. Sem interferência de pessoas estranhas à categoria, a Assembléia desta segunda-feira não teve tumulto e os trabalhadores puderam discutir em detalhes, a proposta da empresa.
Paulo Andrade, que havia convocado a Assembléia para a segunda-feira, às oito horas da manhã, no Sindicato, mostrou-se satisfeito com o comparecimento em massa dos trabalhadores, mais de 400, na reunião. Ele teve que pedir reforço à sua mãe, para fazer café para todos, e providenciou também um sanduíche, para que os trabalhadores tivessem o mínimo de conforto para aguardar o desenrolar dos acontecimentos.
Paulo lembrou, ainda, aos companheiros, que em abril começam as negociações para o reajuste de salários nas 32 empresas cujos trabalhadores são vinculados ao Sindicato, um universo de 3.500 profissionais. "Vamos nos preparar para negociar um acordo coletivo que seja bom para os trabalhadores", disse o líder sindical.