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Geral

Greve na Schmidt

12-03-2010

No portão da fábrica, os trabalhadores mantiveram a greve até que o pagamento esteja depositado em suas contas.

Greve na Schmidt

 12-03-2010

 O acordo entre a Porcelana Schmidt e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Louça, Cerâmica e da Porcelana de Campo Largo, à frente o presidente Paulo Andrade, firmado em janeiro último, previa a paralisação dos funcionários, se o pagamento dos salários atrasasse. Ele já haviam recebido 30% do salário, em adiantamento, no dia 20. Na última sexta-feira (05), o restante do pagamento de fevereiro (70%) não estava na conta dos funcionários e, na segunda-feira, cedo, eles se recusaram a entrar na fábrica para o turno da manhã.
     A greve parou completamente a unidade industrial da Schmidt em Campo Largo, agravando ainda mais a já difícil caminhada da empresa rumo à recuperação econômica. A proposta da empresa era de que o dinheiro seria depositado nesta quinta-feira e estaria liberado na sexta-feira, nas contas dos funcionários, que resolveram permanecer em greve.
     Dificuldades - A presença do vereador Nelson Souza, o Nelsão, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e representante da Força Sindical, causou uma certa tensão, e as posições ficaram acirradas. O sindicalista Adriano Carlesso foi agredido pelo vereador e registrou queixa na Delegacia de Polícia. Na quarta-feira os poucos funcionários que conseguiram entrar, ajudaram gerentes e diretores a iniciar o processo de "desaceleração" do forno gigante, substituindo a alimentação de lenha, cujo estoque chegava ao fim, por gás natural, um processo que exigia muito cuidado e perícia.
     No final da tarde de quarta-feira, a situação parecia caminhar para o fechamento da empresa, uma vez que, parada a unidade de Campo Largo, também parou a unidade de São Paulo. Mas na manhã desta quinta-feira, nova proposta da empresa, a promessa do pagamento da multa pelo atraso, em duas parcelas, o não desconto dos dias parados e o não desconto no Visa, um cartão através do qual os funcionários recebem o vale-mercado, no valor aproximado de R$ 50,00, motivou a distensão, que pode levar ao fim da greve.
     Na assembleia, no portão da fábrica, os trabalhadores decidiram dar um voto de confiança à Direção da empresa, autorizando a abertura dos portões para a entrada de dois caminhões que estavam desde à segunda-feira, com matéria prima, para descarregar.         Além disso, liberaram os companheiros que quisessem entrar para ajudar a descarregar os dois caminhões e colaborar na manutenção dos setores estratégicos. Na manhã desta sexta-feira, eles terão nova assembleia, no portão da fábrica. Se os salários estiverem depositados em suas contas, voltarão ao trabalho.