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CEAS

02-03-2010

O Centro Educacional de Ação Solidária, está sendo um espaço de melhor perspectiva de futuro para muitas crianças.

CEAS

 02-03-2010

 O Centro Educacional de Ação Solidária, localizada no bairro Bom Jesus, no antigo prédio que funcionava a Polícia Militar, de propriedade da Cocel, está sendo um espaço de melhor perspectiva de futuro para muitas crianças.
     Já estão cadastrados 280 alunos, de seis a 18 anos, principalmente dos bairros Albina Grigoletti, Itaboa e Jardim Bela Vista. O mais interessante do projeto é que as crianças já se sentiram motivadas logo que começou a organização da casa e se voluntariavam para ajudar.
     Um exemplo é Natan Silva de Deus, de apenas dez anos, que foi o primeiro voluntário do CEAS. Quando começou a movimentação ele já foi oferecer ajuda.          Conta orgulhoso que ajudou a colocar o tatami, o quadro negro, a tirar o mato e a colocar as plantas. "Gostei bastante, acho melhor que ficar em casa", diz.
     Natan é uma das crianças que estão adorando esta iniciativa. Diz que antes ficava em casa brincando, mas no CEAS ele fez outros amigos e se ocupa mais, tem mais atividade e está ansioso para as próximas oficinas, que começaram nesta segunda-feira. Espera principalmente as aulas de informática e inglês, porque quer ter uma melhor formação. Mas admite que está adorando o karatê e, quando questionado sobre o que quer ser quando crescer não pensou duas vezes ao falar "professor de karatê".
     Para os jovens a partir de 14 anos, será dado prioridade para realizarem os cursos profissionalizantes, mas estes também podem participar das aulas pedagógicas.
     Até o momento está definido aula de capoeira na segunda-feira, contação de histórias e confecção de fantoches na terça, música na quarta-feira e karatê na quinta e sexta-feira.
     As aulas de artesanato, inglês e panificação ainda estão com dias a definir. Aulas de mecânica e elétrica básicas e informática serão realizadas todos os dias à tarde. Todas são ministradas por voluntários ou profissionais contratados em parceria com a Prefeitura Municipal.
     O professor de karatê, Leandro Tomas Vieira, conhecido por Tim, é voluntário e há muitos anos realiza trabalhos com crianças. Ele acredita que o esporte é a forma mais fácil de chegar a elas, que acabam tendo ídolos e servem de exemplo. Ele faz este trabalho com muito carinho e já conseguiu cativar os alunos do CEAS, que estão se dedicando.
     "Eles seguem regras para manter a convivência, aprendem a ter disciplina e comprometimento com a aula e assimilam esta ideia para levar para a vida deles, também na escola", explica Tim. Além de ensinar, ele ainda trabalha em parceria com os colégios para ver os resultados destes alunos em sala e para conhecer mais de perto os problemas de cada um. Eles precisam ir bem nas aulas para continuarem no Centro e para isso acabam se motivando mais. "É fácil criticar, falar que as crianças estão abandonadas. Mas o que as pessoas fazem para melhorar? Se todo mundo se doar um pouco é possível", declara.
     A pedagoga e técnica do Provopar, Renata Soraia Archeleiga comenta que será feito um rodízio entre os alunos para participarem de mais de uma aula e o CEAS terá capacidade total de 350 crianças. Para ela este projeto é uma oportunidade de convivência, de aprendizado, possibilidade de profissionalização e ainda de receber atenção dos professores. Com a parceria que será feita com o Instituto Alfredo Kaefer ainda conseguirão dar atendimento às famílias dos alunos. Ela diz que é interesse ver a transformação de um espaço de repressão em um de socialização, de educação.
     Ela considerou muito importante a participação dos alunos na organização do Centro, pois assim eles ficam com um sentimento de pertencer ao lugar e de quererem valorizar mais. "Cada um ajudava com o que podia", conta. As crianças recebem dois lanches por turno e em breve ainda será servido almoço.
     Esta é uma parceria de ações governamentais, não governamentais e de empresas privadas. O idealizador deste projeto e proprietário da Elemec, Nivaldo Faustino de Oliveira, começou a colocar em prática a união de ideias e boas vontades de muitos voluntários, que estavam motivados para a realização do mesmo, pois beneficiaria muitas crianças. Ele conta que sempre quis ajudar os jovens e acabou conseguindo muitas parcerias, principalmente com a Cocel, que cedeu o espaço. Em breve contarão com a parceria do Sesi e ainda precisarão de mais voluntários. O espaço por enquanto é provisório e a Prefeitura vai doar um terreno no Itaqui para construção de uma sede própria e ainda doará um ônibus para poder levar os jovens que já estão matriculados no CEAS e não moram próximo ao Itaqui.
     Nivaldo destaca que se os cidadãos não tiverem ideia de ajudar os menos favorecidos, nunca vão alcançar igualdade. Ele agradece a contribuição de todos que tornaram, em poucos meses, este projeto possível. "É bonito de se ver", diz. Segundo ele, é muito importante porque os jovens saem da rua e ocupam o tempo livre para se capacitarem, terão princípios de formação e no futuro conseguirão trabalhar em qualquer empresa. "Podemos fazer acontecer", conclui